E viva a ousadia

| 01/09/2021, 11:29 11:29 h | Atualizado em 01/09/2021, 11:30

E de repente o pacote de quatro reforços de nível de Seleção anunciado pelo Corinthians ganhou as esquinas das redes sociais. Endividado, com um passivo estimado em R$ 1 bilhão, o clube paulista tornou-se o centro das discussões sob a antecipada pecha de gestão temerária.

Estaria caminhando na contramão do Flamengo, que entre 2013 e 2018 usou o dinheiro arrecadado com a venda de direitos de transmissão e a cota de seu principal patrocinador para amortizar suas dívidas. Até que o superavit operacional permitisse investimentos em direitos econômicos.

Torço para que a ousadia do Corinthians seja coroada de êxito esportivo e financeiro. E que o retorno do quarteto Giuliano, Renato Augusto, Roger Guedes e Willian ao futebol brasileiro ajude o clube em novas receitas, a fim de quitar as contas com seus funcionários, colaboradores e credores.

Porque já caducou a estratégia de tentar pagar a dívida com o dinheiro dos direitos de transmissão e da publicidade, como fez o Flamengo, ou esperar pelo “empréstimo” do mecenas apaixonado, como fez Paulo Nobre com o Palmeiras, ambos na década passada.

A empreitada rubro-negra só deu certo porque entraram mais de R$ 550 milhões nos cofres do clube, entre 2013 e 2018, só com o contrato da TV — cerca de R$ 110 milhões por ano.

Média que aumentava em R$ 50 milhões com o dinheiro que vinha do seu fabricante de material esportivo e de seu patrocinador master.

Somada às vendas do lateral Jorge (R$ 28 milhões) e do atacante Vinícius Júnior (R$ 164 milhões) entre 2017 e 2018, o Flamengo fez só com estas operações quase R$ 1 bilhão em cinco anos. Fora bilheteria, premiações, patrocínios e outras rubricas.

O novo normal exige práticas mais agressivas para engajamento dos torcedores e criatividade na formatação de contratos com os artistas do espetáculo.

Os clubes precisam aprender a fazer o dinheiro novo e no mundo do futebol os craques são agentes fundamentais para isso.
O marasmo e o discurso da austeridade apregoado pelos preguiçosos das planilhas fortalece a ideia da “espanholização”, deprime as torcidas, empobrece as partidas.

Que os homens do Corinthians mostrem que há distintas formas de recuperar as finanças. E que cada clube encontre a sua.

Pobreza
Me assusta mais quando os dirigentes assumem suas mediocridades como estratégia de recuperação financeira. Como faz no Vasco a dupla Jorge Salgado e Alexandre Pássaro.

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