O duelo entre Flamengo e Palmeiras na abertura da edição que marca os 50 anos do Campeonato Brasileiro vale, afetivamente, bem mais do que os três pontos da estreia.

No coração de quem se encaminhou no ofício por amor ao futebol, o confronto desta tarde, no Maracanã, não é entre o atual campeão brasileiro e o da Copa do Brasil. Nem entre o vencedor da Libertadores contra o da Supercopa.

Tampouco o que coloca frente a frente as escolas brasileira e portuguesa, representadas aqui pelos técnicos Rogério Ceni e Abel Ferreira.

O clássico interestadual celebra o enfrentamento dos clubes nacionalmente mais vitoriosos nestas últimas cinco décadas. Não por coincidência, os mais bem resolvidos administrativa e financeiramente.

Títulos

Neste período, depois da criação da versão realmente nacional, o Palmeiras festejou seis títulos do Brasileiro — 1972, 73, 93, 94, 2016 e 2018.

Mas os palmeirenses hoje se dizem campeões de dez edições porque o clube tem dois da Taça Brasil (1960 e 67) e dois do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (67 e 69), torneios que preenchiam a lacuna de uma competição fora do eixo Rio-São Paulo. Seis ou dez, pouca importa.

Até porque se somados às conquistas da Copa do Brasil (1998, 2012, 2015 e 2020) e da Copa dos Campeões Regionais de 2000, o clube registra 15 títulos de cunho nacional, um baita feito obtido por históricas formações e dezenas de craques inesquecíveis.

O Flamengo, com 14 títulos de cunho nacional, carrega a pompa de ser o maior colecionador de troféus do Brasileiro nos últimos 41 anos.

Suas oito conquistas (1980, 82, 83, 87, 92, 2009, 2019 e 2020) se somam às três da Copa do Brasil (1990, 2006 e 2013), às duas da Supercopa do Brasil (2020 e 21) e a da edição da Copa dos Campeões Regionais de 2001.

Gerações
Um histórico construído a partir da lendária geração de Zico, Júnior e cia, hoje excepcionalmente representada pelo time de Gabriel Barbosa, Arrascaeta, Filipe Luís, Bruno Henrique e cia.

Um grupo que nos últimos dois anos levantou nove vezes a taça de campeão jamais terá sua formação questionada.

Independentemente do que os dois times puderem exibir no gramado do Maracanã na tarde deste domingo, é um confronto capaz de nos fazer sonhar com uma edição do Brasileiro com menos participação do VAR e mais futebol.

Liga dos Campeões
O mundo é azul. Azul do Chelsea do técnico Thomas Tuchel e dos competitivos Thiago Silva, Rudiger, Kanté e Jorginho.