Enquanto Jair Bolsonaro se apressa em decretar que a pandemia acabou, secretários de Saúde de todo o País estão em alerta quanto à possibilidade de uma segunda onda. Os sinais, segundo eles, são claros e não se trata de alarmismo. Para piorar, pesquisa das universidades de Basel (Suíça) e de Valência (Espanha) indica provável mutação do coronavírus que agora circula na Europa.
Segundo Carlos Lula, do Conass, se o estudo for confirmado, será necessário fechar as fronteiras e restringir o tráfego aéreo no Brasil novamente: “Não haverá outro jeito”.

Já… O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) está atento ao que acontece nos EUA e na Europa, onde recordes negativos da Covid-19 estão sendo batidos quase diariamente. O governado federal e também o Congresso, por ora, fazem vistas grossas.

…vi… Esse cenário preocupante será tema de encontro da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que deve ocorrer nas próximas semanas.

…esse filme. Segundo apurou a Coluna, o governo Jair Bolsonaro ainda não trabalha com a possibilidade de fechar fronteiras ou de restringir o acesso de estrangeiros ao Brasil neste verão. Sequer cogita a hipótese neste momento.

Sete ondinhas. Como a Coluna mostrou em entrevista recente com Miguel Nicolelis, coordenador do Comitê Científico do Nordeste, há um temor especial com o verão e as festas de final de ano, quando as pessoas devem viajar mais.

Lotadas. UTIs dos hospitais particulares de ponta de São Paulo estão cheias novamente. Muitos casos são de pacientes de outros Estados que buscam atendimento na capital paulista.

Vocês querem… Do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), sobre as cabeças do governo no episódio do decreto das UBS: “Recuar, para Bolsonaro, é um método. Os sucessivos decretos de armas mostraram isso didaticamente. É para confundir tudo mesmo.”

…bacalhau? O método do presidente traz à memória a máxima de Abelardo Barbosa (1917-1988), o Chacrinha: eu vim para confundir, não para explicar.

Encaixe I. Cresceu a percepção até entre os adversários de que a campanha de Márcio França (PSB) “encaixou”. Se ele não cometer nenhuma barbeiragem e mantiver a toada, são grandes as chances de chegar ao segundo turno na eleição para prefeito de São Paulo.

Encaixe II. Qual o segredo da campanha de França? 1) o tarimbado político adotou uma naturalidade ao se comunicar com o eleitor; 2) tem sido eficiente ao atacar adversários que se escoram ou se esquivam de padrinhos; 3) está “chutando” com a direita e a esquerda.

Ainda pulsa. Por ora, a campanha eleitoral em São Paulo vem mostrando que o horário eleitoral de TV e de rádio ainda tem grande força junto aos eleitores.

Radical. Candidato a vereador em Santos, Bruno Secco (PP) veste o figurino do “bolsonarista”: armamentista e contra a “vacina chinesa”. Porém, vejam que transmutação curiosa: até 2017, ele era assessor de Telma de Souza (PT) e elogiava estrelas da esquerda, como Flávio Dino (PCdoB). Ah, em 2018, fez campanha contra Jair Bolsonaro...

CLICK. Bruno Secco com Jair Bolsonaro. Em dois anos, uma transformação radical: até 2018, ele estava em campo contrário ao do presidente e elogiava a esquerda.

PRONTO, FALEI!

O general vice-presidente contesta o capitão presidente em inversão de poder de mando. Sem rumo, ‘la nave va’”

Roberto Freire, presidente do Cidadania, sobre Hamilton Mourão e Jair Bolsonaro