Uso do enforcador traz riscos para cães

| 15/06/2020, 17:43 17:43 h | Atualizado em 15/06/2020, 17:56

O uso da coleira é inevitável em alguma fase da vida do cachorro, mas o tipo escolhido pelo dono faz diferença para o bem-estar do animal.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-06/372x236/coleira-7caf45bf5915545744af08a71062aa59/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-06%2Fcoleira-7caf45bf5915545744af08a71062aa59.jpeg%3Fxid%3D127178&xid=127178 600w, Amarrada ao pescoço, a coleira causa incômodo quando o cachorro faz força para avançar em alguém
O modelo “enforcador”, por exemplo, pode causar sérios danos ao seu amigão. Ele é usado, geralmente, em cães em treinamento ou que têm porte grande e costumam ser mais agressivos.

Amarrada ao pescoço, a coleira causa incômodo quando o cachorro faz força para avançar em alguém ou em alguma coisa.

Segundo o veterinário Victor Milanez, dependendo da força que o cão faz, as lesões provocadas podem ser graves.

“Esse tipo de coleira pode causar traumas na traqueia do animal, sendo necessária, em alguns casos, uma cirurgia para corrigir o problema”, apontou.

Victor, no entanto, não condena o uso da coleira enforcadora, desde que usada com cautela.

“É preciso levar em consideração que o cachorro tem o seu instinto. Ele pode ser dócil e calmo, mas pode se irritar e partir para cima de uma pessoa ou outro animal. Nesse caso, a coleira pode ajudar”, ponderou.

Ainda segundo o veterinário, animais fortes e de grande porte podem arrastar o dono em situações como essa se estiverem com coleiras peitorais, por exemplo.

“Quando o cão sente o desconforto na puxada, automaticamente ele para. Sentir desconforto é diferente de sentir dor e se machucar”, destacou.

Outra opção é a coleira enforcadora com focinheira acoplada, usada em animais de grande porte e que podem oferecer riscos às pessoas na rua, como cães das raças pit bull e rottweiler, por exemplo.

A adestradora de animais Rosane Paiva, por sua vez, condena o uso da coleira enforcadora em cachorros. Ela, que lida com animais agressivos, disse que defende o adestramento positivo, que usa recompensas para ganhar a confiança e a obediência dos cães.

“A coleira enforcadora traz muitos riscos aos cães, pois eles podem puxar tanto que acabam se machucando. O cachorro não pode associar o passeio ao medo. O passeio deve ser algo prazeroso para o dono e para o animal”, avaliou.

Rosane orientou que os donos procurem profissionais para desenvolver a obediência do seus bichinhos de estimação por meio de estímulos e não de punições.


ALGUNS TIPOS DE COLEIRA


Coleira enforcadora
- Utilizada em animais agressivos, fortes e de raças de porte maior como pit bull, rottweiler e doberman, por exemplo.
- Divide opiniões, pois pode causar graves lesões na traqueia dos animais se eles a puxarem com força.

Coleira leader
- Este modelo envolve pescoço e focinho e é mais indicado para cães das raças golden e border collie, que possuem tórax fino e alongado.
- São ideais para passeios com cães mais agitados que, ao tentarem puxar, têm os focinhos virados para baixo ou para o lado.

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Coleira peitoral
- Envolve o peito e dá mais conforto e liberdade ao animal. O modelo é indicado para cães de raças mais frágeis como yorkshire, shih tzu e poodle.
- Também é indicada para cães com focinhos mais curtos e com dificuldade para respirar (braquicefálicos), como pugs e buldogues.

Coleira martingale
- Mais grossa, possui um fecho atrás e provoca desconforto no pescoço se o cão puxar com força. Indicada para cães de corrida como galgo e whippet, que possuem tórax mais profundo.

Fonte: Pesquisa AT.

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