Eles desistiram da bariátrica e perderam até 40 quilos

| 01/06/2020, 13:09 13:09 h | Atualizado em 01/06/2020, 13:33

Por Mariana Melo

Com o sonho de viver uma vida diferente da que levava com dores no corpo e sofrendo de apneia por conta da obesidade, o técnico em suprimentos, Ricardo Freitas, 39 anos, resolveu se superar e ao invés de encarar a cirurgia bariátrica (redução de estômago), ele encarou uma mudança de vida.

Dos seus 127 quilos, Ricardo eliminou 32 em 90 dias após iniciar um tratamento em que passou a praticar exercícios físicos e a se alimentar de forma saudável.

“Por muitos anos travei uma batalha com a balança, mas sempre perdi para o sobrepeso. Já perdi uma oportunidade de emprego, pois precisava mostrar como estava a aptidão física e eu tinha muitas limitações”.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-06/372x236/analista-de-compras-ricardo-freitas-14a8b946fc24d1fecca68ffe9020e73a/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-06%2Fanalista-de-compras-ricardo-freitas-14a8b946fc24d1fecca68ffe9020e73a.jpeg%3Fxid%3D124844&xid=124844 600w, O analista de compras Ricardo Freitas, de 39 anos, perdeu 32 quilos em 90 dias. Quando decidiu emagrecer de forma natural, ele pesava 127 quilos

Após tentar dietas mirabolantes e prejudiciais à saúde, Ricardo decidiu apelar para a bariátrica, mas enquanto esperava pela cirurgia ele deixou o desânimo de lado e buscou ajuda para se cuidar. “Entrei no estado de conformismo. Pensei que aquela era a realidade do meu corpo”.

Ele iniciou o tratamento com acompanhamento semanal na clínica Modelly, em Jardim Camburi, Vitória, e superou suas limitações.

“Os primeiros 15 dias foram bem desafiadores, porque eu costumava comer de tudo e precisei adotar uma reeducação alimentar, comendo apenas nas horas certas”.

E também foi com um acompanhamento, na clínica Emagrecento, na Serra, que a analista de sistema Wania Hoffmann, de 43 anos, conseguiu emagrecer, voltar a ter amor próprio e mudar seu estilo de vida.

Após a perda de um bebê, em 2008, quando pesava 62 quilos, ela entrou em depressão, o que durou quase 10 anos. Com isso, foi engordando e chegou aos 120 quilos.

Infeliz, Wania chegou a tentar suicídio e foi hospitalizada. Ela marcou a cirurgia bariátrica, mas por problemas de saúde o procedimento seria arriscado. Foi aí então que buscou ajuda, já que não queria mais tomar remédios para emagrecer e nem fazer dietas de internet.

“Descobri a dança em 2016 e foi quando eu comecei a voltar a me amar, me perdoar por ter tentado tirar a vida. Consegui perder alguns quilos, mas ficava oscilando entre 110 e 107. E na virada para o ano de 2019 eu quis mudar. Fiz promessa, não aceitei mais o sobrepeso. Segui com a dança, entrei na academia e iniciei o tratamento”.

Autoestima e resgate da confiança

A analista de sistema Wania Hoffmann, de 43 anos, contou que ter conseguido emagrecer de forma natural, sem o procedimento cirúrgico e sem usar remédios a ajudou não só a ter uma nova qualidade de vida, mas resgatar sua confiança como mulher e elevar sua autoestima. Ela admitiu que até se programa para fazer cirurgias plásticas para “melhorar o que já está ótimo”.

“Quando estava acima do peso, eu aceitava coisas que não merecia, inclusive me relacionei com pessoas que não fazem o meu perfil, mas que eu achava que era o que merecia por 'ser gorda'. Hoje sei que sou uma mulher linda e voltei a me amar”, relatou.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-06/372x236/wania-hoffmann-baded81acb07dc75111e43d11b2b6aa2/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-06%2Fwania-hoffmann-baded81acb07dc75111e43d11b2b6aa2.jpeg%3Fxid%3D124845&xid=124845 600w, Wania Hoffmann no antes e depois: com 120 quilos e após perder 40

A psicóloga Priscila Nascimento explicou que comer vai além da necessidade de ingerir nutrientes para nossa sobrevivência. Diz muito da forma como levamos a vida e como nos relacionamos com o mundo. Quando essa relação se dá de maneira saudável, temos a promoção da saúde em todas as dimensões.

“As pessoas que optam pela reeducação alimentar têm os aspectos psicológicos evidenciados positivamente pela autoestima elevada, o resgate da autoconfiança, do autocuidado, além da disposição mental e satisfação consigo”, analisou Priscila, que completou:

“É válido ressaltar que é um processo que envolve renúncias, comprometimento e muita persistência. É preciso entendê-lo de maneira contínua. Se desprendendo da culpa, da cobrança e dos pensamentos negativos”.

Hábitos

A psicóloga ainda ressaltou que é preciso entender e praticar novos hábitos alimentares sem se esquecer de nutrir a mente, afinal somos seres integrados em corpo, mente e espírito. “Mediante outros recursos utilizados para emagrecer, a cirurgia bariátrica ainda atrai muitas pessoas, o seu sucesso está relacionado à compreensão de que o processo tem mais a ver com a mente do que com a comida propriamente dita”, frisou.

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