Chuva de meteoros com detritos do cometa Halley terá seu auge na madrugada desta quinta

Durante o pico do evento, poderão ser vistos 15 meteoros por hora

Ygor Amorim | 20/10/2021, 19:59 19:59 h | Atualizado em 20/10/2021, 19:59

A partir da meia-noite desta quinta-feira (21), o amante da astronomia poderá tentar acompanhar uma chuva de meteoros orionídeos, que nada mais são do que vestígios do cometa Halley. O fenômeno acontece entre os dias 15 e 29 de outubro.

Embora o pico do evento seja às 3h desta quinta, com a passagem de 15 meteoros por hora, este ano, de acordo com especialistas ouvidos pelo Agora, o fenômeno terá a sua visibilidade no estado de São Paulo afetada por vários aspectos, principalmente, na capital paulista.

"Os principais problemas são a Lua cheia e a instabilidade no clima. Para cidades grandes como São Paulo, a luminosidade do próprio município e a poluição também atrapalham na hora de observar a passagem do meteoro", afirma o físico Jorge Honel, que trabalha no Observatório Dietrich Schiel da USP, em São Carlos.

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"Costumo dizer em palestras que em noite de lua não tem magia para astronomia porque ela mascara muita coisa e você fica preso nela. A luz da Lua, o contraste dela com a luz do céu atrapalha a visibilidade", reforça o astrônomo Marcelo De Cicco, coordenador do EXOSS e doutorando no Observatório Nacional.

Mas para quem pretende insistir e tentar ver o fenômeno mesmo assim, Cicco dá algumas dicas: "Não dormir cedo, usar uma cadeira de praia em um lugar confortável, botar um agasalho para a madrugada e levar um saco de pipoca ou então um chocolate quente para ficar olhando para o céu a noite".

O ideal é procurar a direção Nordeste e Leste, onde se encontra a constelação de Orion. Cicco dá a dica de procurar as estrelas três marias (Mintaka, Alnilam e Alnitak ), que formam o cinturão de Orion.

Para quem ainda possa ter dificuldade para encontrar a direção das estrelas existem alguns aplicativos como o "stellarium", por exemplo, que podem ajudar a se localizar. Basta digitar o nome de uma das três estrelas, que ele ajuda a pessoa a se situar.

A chuva de meteoros orionídeos só é possível por causa da grande quantidade de detritos deixados pelo cometa Halley, que costuma passar a cada 76 anos e fez sua última passagem na Terra em 1986. São esses detritos, também chamados de meteoritos, que quando entram na atmosfera proporcionam a chuva de meteoros.

Cicco explica como funciona o processo. "O cometa quando chega perto do Sol começa a volatizar inteiro os elementos químicos todos, parece um gelo seco. Ele é um agregado de gelo, poeira, rocha e quando ele chega perto do sol tem um fluxo de gases, que vai expelindo o que está ali congelado. Ele joga esses detritos para cima e faz uma poeirada. Forma-se, então, o que chamamos de coma, uma nuvem de poeira volatizada", conta.

"Essa sujeira que são partículas de poeira, detritos, caso cruze com a trajetória da Terra é o que chamamos de chuva, que são os objetos do cometa que entram na atmosfera em uma velocidade fantástica e que ilumina o céu", conclui.

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