Touca gelada para evitar perda de cabelo em pacientes com câncer

| 09/02/2021, 17:00 17:00 h | Atualizado em 09/02/2021, 17:08

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-02/372x236/touca-gelada-para-tratamento-de-cancer-ef7cb95a688766b6843bff57322edc18/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-02%2Ftouca-gelada-para-tratamento-de-cancer-ef7cb95a688766b6843bff57322edc18.jpeg%3Fxid%3D161823&xid=161823 600w, Iracema e Ana Karla  utilizaram a “touca gelada” durante a quimioterapia, na Santa Casa de Misericórdia

O tratamento de câncer é uma batalha para os pacientes que também precisam enfrentar os efeitos colaterais da medicação. Segundo os médicos, cerca de 8% dos pacientes não fazem o tratamento adequado com medo da queda do cabelo.

Para minimizar a queda dos fios, a Santa Casa de Misericórdia de Vitória iniciou ontem um tratamento com “toucas geladas”, pela primeira vez com pacientes do Sistema Único de Saúde no Estado. O procedimento foi possível através da campanha de doação e arrecadação “Juntos pela Mama”.

Segundo o oncologista da Santa Casa, Vitor Fiorin, a touca funciona como capacete, que resfria o couro cabeludo do paciente.

“Em temperaturas mais baixas, os vasos sanguíneos se fecham e diminuem o fluxo de sangue nesta região. Com isso, enquanto a quimioterapia circula no corpo, chega uma quantidade pequena no bulbo capilar, que é onde nasce o cabelo”, explicou Vitor.

A touca, conectada a uma unidade de refrigeração, é colocada na cabeça do paciente cerca de 30 minutos antes da quimioterapia, mantida durante e em torno de uma hora e meia após a infusão das drogas, dependendo do protocolo adotado. O sistema resfria o couro cabeludo a uma temperatura em torno de 20°C.

“Nesse contexto, não se trata só do cabelo como estética, mas é a capacidade do paciente se olhar no espelho e se reconhecer”, disse Vitor.

A terapia não é indicada em casos de câncer hematológicos, como a leucemia, para pacientes com metástase no cérebro ou para alguma alergia ao frio.

Para Iracema Krauz Hedmann, a touca é uma esperança. Ao lado de Ana Karla da Silva, as duas deram início ao procedimento.

“Hoje foi minha primeira quimioterapia. A gente se preocupa tanto com o cabelo. Foi bom ter essa oportunidade”, disse Iracema.

Para a oncologista Edelweiss Soares, o procedimento faz com que o paciente se sinta mais incluído na sociedade. “Temos de lutar para que o tratamento seja olhado com bons olhos pelo paciente”, afirmou.

Já para a oncologista Carolina Conopca, o grande benefício é a autoestima do paciente. “Não há prejuízo nenhum no tratamento, ele é eficaz e consegue reduzir bastante a queda de cabelo”.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que irá analisar a experiência com a touca para estudar a implantação do serviço em outras unidades hospitalares.

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