Pastor morre e família denuncia erro no atendimento em unidade de saúde

| 22/01/2020, 10:39 10:39 h | Atualizado em 22/01/2020, 11:01

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-01/372x236/pastor-morre-guarapari-2788dac78ed0e28005c5a4d634028a9a/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-01%2Fpastor-morre-guarapari-2788dac78ed0e28005c5a4d634028a9a.jpg%3Fxid%3D105326&xid=105326 600w, O pastor Edilson Silva de Jesus
Após buscar atendimento por três vezes e ficar internado por quatro dias na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarapari, o pastor Edilson Silva de Jesus, de 42 anos, morreu na ambulância a caminho de um hospital em Cariacica.

Para a família, a morte do pastor poderia ter sido evitada se a UPA não tivesse sido negligente no atendimento e demorado na transferência para um hospital com recursos.

De acordo com a filha, a estudante Alexia Silva de Jesus, 19, e a sogra, Valdete Alves, 50, o caso foi tratado inicialmente como uma virose, depois como uma bactéria, e Edilson morreu sem que a família soubesse o real motivo.

“Ele estava sentindo muitas dores, vomitando e com um incômodo no estômago. Ele foi na UPA pela primeira vez, sendo atendido na madrugada do dia 7. Eles disseram que era uma virose e passaram apenas remédio de dor”, lembra a filha.

Ao retornar pela segunda vez, o pastor foi informado que estava com dois tipos de viroses e, segundo a família, outros remédios para dor foram passados. Pela terceira vez na unidade, o pastor foi internado imediatamente, e a família foi informada que se tratava, na verdade, de uma bactéria.

“Meu pai parou de urinar, do nada, e ninguém nos informava o que estava acontecendo”.

Ele recebeu uma medicação pelo soro, que, segundo a família, pode ter causado a morte dele. “Ele apagou com essa medicação. Não falava mais nada, não abria os olhos. E eles não falam que remédio é esse. Depois , entubaram ele, sem nenhuma explicação. Aí me deram o papel para corrermos atrás de uma vaga em um hospital. Mas ele morreu na ambulância”, conta a sogra.

O pastor morreu na madrugada de sexta-feira e, na certidão de óbito, consta que o motivo foi choque séptico, endocardite infecciosa e valvopatia mitral crônica calcificada.

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Direção da UPA diz que realizou procedimentos necessários

A direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarapari informou que o pastor Edilson Silva de Jesus, de 42 anos, deu entrada na unidade no dia 7 de janeiro e, na ocasião, foi atendido, medicado e liberado após relatar melhora dos sintomas.

No dia 13, o paciente foi medicado e, segundo a UPA, além de ter realizado todos os exames necessários e disponíveis, de acordo com seu quadro clínico, ele foi cadastrado na Central de Regulação de Leitos de Internação (regulação estadual) e aguardava a liberação de uma vaga em hospital.

Edilson Silva de Jesus apresentou piora do quadro no dia 16 pela manhã e foi encaminhado à sala de emergência, onde foram realizados todos os procedimentos necessários para a manutenção e estabilidade do quadro clínico do paciente, até a liberação da vaga.

A vaga foi cedida às 14h52, quando imediatamente foi acionada a remoção (UTI móvel), de competência estadual. O paciente foi transferido na mesma data pela empresa que presta serviços ao Estado.

Manifestação
A sogra do pastor, Valdete Alves, disse que está organizando uma manifestação porque conheceu outros familiares que passaram pela mesma situação.

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