Ônibus não circulam em Guarapari pelo segundo dia seguido

| 08/06/2021, 18:27 18:27 h | Atualizado em 08/06/2021, 18:30

Quem precisou do transporte municipal para chegar ao trabalho nesta terça-feira (8) em Guarapari, ficou a pé outra vez. É que pelo segundo dia consecutivo, os motoristas e cobradores não permitiram que os ônibus saíssem da garagem para circular.

Os rodoviários alegam que não vão voltar a trabalhar enquanto não receberem os pagamentos atrasados, e o tema virou assunto para uma audiência pública que acontecerá nesta quarta-feira, na Câmara de Vereadores.

"Nós estamos 100% parados. Motoristas, cobradores, funcionários, todos nós. Nós já fizemos um acordo com a empresa no ano passado e ele está com os pagamentos das parcelas atrasados. Nós só voltamos para a rua quando recebermos tudo que a empresa está nos devendo, estamos trabalhando sem receber. Até o FGTS tem três anos e seis meses que não é depositado, e mesmo assim é descontado da folha salarial", desabafa o cobrador Carlos Alberto da Silva Gomes, que está há oito anos na empresa.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-06/372x236/garagem-onibus-guarapari-f772ee4acc7ec5067c25204a50a81ab6/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-06%2Fgaragem-onibus-guarapari-f772ee4acc7ec5067c25204a50a81ab6.jpeg%3Fxid%3D176118&xid=176118 600w, Garagem de ônibus em Guarapari.

Os vereadores vão discutir as deficiências e problemas apresentados pelo sistema municipal de transporte coletivo, operado pela Viação Lorenzutti, concessionária que também tem sido alvo de muitas reclamações por parte de seus usuários em Guarapari.

A Audiência Pública desta quarta-feira acontece às 14 horas, e é promovida pela Comissão de Serviços, Obras e Fiscalização da CMG. A Comissão aguarda a participação de vereadores, usuários do sistema e representantes da empresa.

"A importância do transporte coletivo para a mobilidade urbana é um tema de extremo interesse público e de elevada repercussão social, pois os cidadãos, usuários do sistema que pagam as tarifas precisam e merecem melhores serviços, mas não é isso que estamos vivendo no dia a dia. Recebemos muitas queixas da população e queremos ajudar a buscar soluções para os problemas identificados. Por este motivo a Audiência Pública será uma grande oportunidade para tratarmos dessas questões, de forma objetiva, transparente e com participação popular", declarou o vereador Denizart do Nascimento, que é presidente da Comissão.

Empresa

A empresa Expresso Lorenzutti reiterou em nota nesta quarta-feira, que a empresa tem participado de mediações junto ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho), com a presença do Sindicato da categoria e município de Guarapari, buscando solucionar a regularização dos salários, problema este segundo a Lorenzutti, não ocasionado pela empresa, mas sim pelas medidas restritivas impostas pelo poder público em razão da pandemia da COVID-19.

“A Expresso Lorenzutti informa que o valor do vale alimentação da categoria é de R$ 750,00 por funcionário pagos no dia 20 de cada mês, sendo que foram pagos na integralidade todos os valores de vale alimentação de janeiro a abril/2021, inclusive os acordos do citado período, restando em aberto apenas parte do saldo do vale alimentação vencidos em 20/05/2021.

Quanto aos salários, a empresa ressaltou que ficou acordado no TRT em audiência realizada no dia 03/06/2021 que 60% da receita seria direcionado ao pagamento dos valores em atraso, para tanto seria necessário a manutenção do serviço de transporte.

Assim, em 04/06/2021, após a reunião com a comissão do SINTROVIG, a empresa não só cumpriu o percentual acordado em audiência, como realizou a quitação de 100% do saldo de salário vencido em 10/05/2021 para todos os funcionários.

Desta feita, encontra-se pendente de quitação apenas 50% do salário vencido 10/04/2021 (ref. mês de março), justamente do período dos 21 dias de paralisação total do serviço por força dos Decretos Estaduais nº 4848-R, nº 4859-R e nº 4866-R, que impossibilitou tanto a empresa de operar como os funcionários de trabalhar e a parcela do acordo deste mês de maio.

Quanto aos débitos de FGTS a empresa informa que estes encontram-se declarados e parcelados junto ao órgão competente.

A empresa e sua diretoria sempre se colocaram à total disposição dos funcionários para conversar abertamente, entretanto, não compactua com práticas ilegais e discricionárias que vem sendo tomadas por alguns manifestantes”, informou a empresa.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: