Onda de calor: Granjas no Estado têm até ventilador e refrigeração para galinhas

| 08/10/2020, 21:05 21:05 h | Atualizado em 08/10/2020, 21:19

Apesar das altas temperaturas que chegaram no Espírito Santo nos últimos dias, as granjas do Estado não tiveram registro de mortes de aves, segundo informou a Associação de Avicultores do Espírito Santo (AVES). Isso porque, os avicultores têm aliado a produção com diferentes tecnologias como por exemplo, os sistemas de refrigeração. A medida tem sido muito útil para diminuir o estresse das aves durante as ondas de calor e mantém a temperatura das granjas equilibrada.

Segundo diretor executivo da Associação de Avicultores do Espírito Santo (AVES), Nélio Hand, as tecnologias utilizadas em cada galpão dependem do tamanho de cada granja.

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"Existem as granjas maiores que possuem sistema de refrigeração e até de aquecimento, quando é preciso utilizá-lo. E temos também, produtores de pequeno e médio porte que utilizam a ventilação por meio de grandes ventiladores. Apesar da quantidade ser um fator importante, a qualidade vem se tornando a principal preocupação nos aviários. Hoje em dia, o conforto térmico das aves, é a grande prioridade e, para isso, muitos produtores estão investindo em climatização dos galpões. O que diminui os resultados negativos causados pelo estresse nas constantes mudanças de temperatura no país", explicou Hand.

É importante ressaltar que as fortes ondas de calor afetam os animais de forma muito negativa levando até a morte de muitas galinhas. Por isso, a importância de uma climatização adequada tem como objetivo melhorar a qualidade do ar para as aves. Já a ventilação retira os detritos, renovando o ar constantemente. Segundo o diretor da Associação, o controle da temperatura é fator de extrema importância vital para a vida das galinhas.

"A temperatura ideal do corpo de uma galinha é de 21º. As aves são muito sensíveis ao calor. O estresse gerado na galinha por conta do calor excessivo, pode fazer com que ela consuma menos ração e, consequentemente, diminua a produção de ovos. Diminui também o tamanho do ovo, entre outras coisas. Dessa forma, é importante que o produtor mantenham a granja climatizada e esteja atendo também, aos outros fatores primordiais para o bem estar da galinha naquele ambiente", reforçou Hand.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-10/0x0/nelio-hand-83510b017aaa597277c04232180d8d46/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-10%2Fnelio-hand-83510b017aaa597277c04232180d8d46.jpeg%3Fxid%3D145018&xid=145018 600w, Diretor executivo da Associação de Avicultores do Espírito Santo (AVES), Nélio Hand
Hand explicou ainda que a além dos grandes ventiladores um outro sistema é similar a um 'ar-condicionado' gigante vem sendo muito utilizados pelos avicultores do Estado.

"O funcionamento é baseado na troca de ventilação que existe dentro do galpão. Dentro dele tem os exaustores em cada extremidade. De um lado o exaustor puxa o ar quente para fora e na outra extremidade o exaustor faz o sentido contrário puxando o ar fresco de fora e jogando para dentro. Com isso, toda a granja fica climatizada. Tudo é controlado por uma cabine. O painel informa a temperatura do ar, a umidade e até a sensação térmica dentro das granjas. Os produtores que implantaram o sistema disseram que vale a pena fazer o investimento", descreveu o diretor da Associação.

"Isso tudo agregado a questão das granjas que estão na região Serrana acaba favorecendo que não haja tantas perdas como as que aconteceram em São Paulo nos últimos dias", acrescentou ele.

De acordo com Hand, existem quatro fatores primordiais para a boa produtividade: Genética, nutrição, ambiência (a granja precisa ter uma temperatura adequada para que a ave se alimente direito, beba água, não fique estressada e assim, tenha conforto para produzir ovos de melhor qualidade) e o fato da sanidade que é o cuidado para que as aves não sejam infectadas por nenhuma doença e se evite o surgimento de parasitas.

"Existem granjas que para entrar é preciso até tomar banho. Em outras é preciso usar um uniforme adequado. Todo cuidado é muito importante. Os produtores aqui do Estado prezam muito pelo bem estar das aves e consequentemente pela boa qualidade dos ovos", ressaltou o diretor executivo.

Na situação inversa também é preciso atenção, acrescentou Nélio. "Se a temperatura estiver muito baixa ou seja, muito frio, os produtores fecham os galpões de forma adequada e algumas granjas possuem até sistema de aquecimento para regular a temperatura e manter as aves estáveis", disse.

O diretor disse ainda que não foi registrada mortalidade de galinhas nos dias em que a temperatura subiu no Estado. "Não recebemos registros de mortalidades de por enquanto e eu acredito que mesmo que as temperaturas tenham subido muito, alguns dias fica mais fresco. Com isso, o clima fica mais fresco e os avicultores conseguem administrar de forma adequada suas granjas", analisou Hand.

Produção no Estado
> Os três maiores municípios brasileiros na produção de ovos são Bastos (SP), Santa Maria de Jetibá (ES) e Itanhandu (MG).
> O maior polo produtor de ovos no Espírito Santo fica em Santa Maria de Jetibá. "Cerca de 94% da produção de ovos vêm de granjas localizadas nesta região", disse Nélio.
> Além da produção de ovos, o Estado se destaca na produção de frangos de corte. > Atualmente três grandes polos se concentram no Espírito Santo: um polo na região de Norte do Estado, em Linhares; um na região Sul, em Castelo e outro na região Centro Serrana do Estado que aparecem as cidades de Marechal Floriano, Domingos Martins e Santa Maria de Jetibá.

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