Novos remédios à base de maconha

| 25/02/2021, 21:23 21:23 h | Atualizado em 25/02/2021, 21:53

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou novas versões mais baratas de um produto à base de maconha, pela substância canabidiol, produzido pela farmacêutica Prati-Donaduzzi, no País. O óleo trata doenças como epilepsia, autismo, Alzheimer e dores crônicas.

Segundo a farmacêutica, a previsão é de que os novos produtos já estejam disponíveis em até duas semanas nas farmácias do Brasil, de acordo com o portal O Globo.

O óleo será menos concentrado do que o canabidiol que já é comercializado pela farmacêutica no País. As novas versões terão concentrações de 20 mg/ml e 50 mg/ml, sendo que a de 20 mg/ml deverá ficar na faixa de valores entre R$ 240 e R$ 280.

O canabidiol dessa farmacêutica já disponível tem a concentração de 200 mg/ml e custa cerca de R$ 2.500. Ele, que foi liberado em abril do ano passado, é o primeiro e único produto brasileiro à base de cannabis autorizado pela Anvisa.

Porém, o óleo ainda não é considerado medicamento, mas sim fitofármaco (fármaco com origem vegetal), com indicação terapêutica por médicos. De acordo com os especialistas, a novidade ampliará o acesso ao produto, que tem um custo elevado no mercado.

Segundo a professora de Neurologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Vera Lucia Ferreira Vieira, esse óleo trará benefícios a pacientes com epilepsia de difícil controle, autismo, Alzheimer e dores neuropáticas.

“Com a liberação, vai aumentar o acesso, mesmo que o produto tenha a dose menor. Depois, vai aumentando a dose conforme a necessidade do paciente”, revelou.

Doutor em Neurocirurgia e professor da Ufes, Walter Fagundes explicou que os organismos têm receptores cerebrais, em que a substância irá se ligar neles.

“Vai agir, por exemplo, na estabilização do funcionamento do neurônio, o que diminui o índice de crise compulsiva, facilita o movimento de pacientes com doença de Parkinson e diminui a ansiedade”, afirmou.

Para a neurologista Soo Yang Lee, a novidade tem dois lados. “Um aspecto é ampliar o acesso ao canabidiol, e sabemos que uma parcela grande da população não o tem. O outro é se teremos um controle adequado da qualidade, do índice de impurezas”, pontuou.

Liberação ajuda a reduzir preconceito com utilização

A liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contribuirá para a desmitificação do uso de produtos e medicamentos derivados da maconha, segundo os especialistas consultados.

“Hoje, existe um preconceito grande sobre essa planta, mas ela traz benefícios”, afirmou a professora de Neurologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Vera Lucia Ferreira Vieira.

Segundo o doutor em Neurocirurgia e professor da Ufes Walter Fagundes, a aprovação foi um avanço na Medicina. “Infelizmente, muitas pessoas confundem o uso medicinal dessas substâncias com o recreativo. Precisamos avançar mais ainda”, ressaltou.

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