Novas tecnologias para medir pó preto na Grande Vitória

Ideia é que 4 balanças, que estão sendo avaliadas, possam dar uma maior precisão da quantidade de poeira emitida

Camila Lima, do jornal A Tribuna | 15/11/2023, 20:25 20:25 h | Atualizado em 15/11/2023, 20:27

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/150000/372x236/Novas-tecnologias-para-medir-po-preto-na-Grande-Vi0015538400202311152025/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F150000%2FNovas-tecnologias-para-medir-po-preto-na-Grande-Vi0015538400202311152025.jpg%3Fxid%3D665981&xid=665981 600w, Morador escreve em pó preto

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) anunciou que tem buscado novas tecnologias para medir o pó preto da Grande Vitória.

A ideia do órgão é que novos equipamentos possam dar uma maior precisão da poeira emitida com a percepção da população.

As informações foram passadas em uma coletiva, concedida na tarde dessa terça-feira (14), pelo Iema.

Hoje, há 13 estações que medem a poeira sedimentável, popularmente conhecido como pó preto.

O monitoramento é feito de forma manual, onde os potes coletores ficam expostos durante 30 dias nos pontos de amostragem.

Após os 30 dias, são recolhidos e enviados para análise em laboratório. Segundo o Iema, a empresa responsável pela avaliação tem até 30 dias, após recebimento, para enviar os resultados.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/150000/372x236/Novas-tecnologias-para-medir-po-preto-na-Grande-Vi0015538401202311152025/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F150000%2FNovas-tecnologias-para-medir-po-preto-na-Grande-Vi0015538401202311152025.jpg%3Fxid%3D665982&xid=665982 600w, Alaimar Fiuza: em dois anos, será possível confirmar eficácia de balanças

“É importante buscarmos tecnologias que nos permitam uma medição mais próxima do dia para termos uma melhor correlação de gestão entre a percepção e eventual correlação com as fontes poluidoras”, explicou o diretor-presidente do Iema, Alaimar Fiuza.

Quatro novas balanças já estão sendo avaliadas na Grande Vitória para medir o pó preto, e a previsão é que em dois anos seja possível confirmar sua eficiência.

De acordo com o Iema, a intenção é que as balanças, vindas da França, possam auxiliar na medição manual. Novos resultados seriam entregues a cada 24 horas.

Durante a coletiva foi explicado ainda, pelo presidente, que o Iema também conta com equipamentos da Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar (RAMQAR), com 10 estações, que monitora gases como monóxido de carbono, além de material particulado: partículas inaláveis (PM10) e partículas respiráveis (PM2,5), que são diferentes do pó preto.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, estudos indicam que os efeitos do material particulado sobre a saúde incluem câncer respiratório, inflamação de pulmão e agravamento de sintomas de asma.

No ano passado, algumas estações da RAMQAR tiveram seu funcionamento prejudicado, devido à necessidade de manutenção e reposição de peças.

“Estamos atualizando esses equipamentos. Junto às instalações desses equipamentos, as estações também foram reformadas. Esse processo de troca levaria de três a seis meses e demorou quase nove meses. As estações, de forma geral, tiveram um nível de disponibilidade menor, porque não tínhamos todos os equipamentos fazendo as medições”, explicou Fiuza.

Moradores reclamam de poeira

A quantidade de pó preto, vista em casas da Grande Vitória, tem chamado atenção nos últimos dias, e moradores reclamam da poeira.

Na Enseada do Suá, em Vitória, o presidente da Associação de Moradores, Eduardo Borges, afirma que a quantidade de pó preto lembra o auge da crise provocada pela poeira na capital.

“Parecia que as medidas que haviam sido combinadas com o poder público tinham sido eficazes. Mas, neste final de semana, nos assustamos com a quantidade. Tivemos a informação que estava tendo problemas com os medidores e não imaginávamos que isso estava acontecendo. É frustrante imaginar que o pó aumentou e o que deveria estar fiscalizando está precário”.

Segundo dados compilados pela ONG Juntos SOS ES Ambiental, a poluição do ar por pó preto aumentou em todas as estações que compõem a Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar (RAMQAr).

De acordo com Eraylton Moreschi Junior, presidente da ONG, em algumas estações da capital, o aumento foi de mais de 500%, comparando 2022 com 2023.

Segundo o Iema, algumas estações estão com dados “fora de linha”. Foram feitas auditorias para que os dados de agosto de 2022 a abril de 2023 possam ser validados com o laboratório.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

SUGERIMOS PARA VOCÊ: