Morre criança que foi levada em carrinho de mão a posto de saúde por falta de ambulância

| 14/08/2020, 17:55 17:55 h | Atualizado em 14/08/2020, 18:13

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-08/372x236/maria-eduarda-5765a5b04009e2dd01c2edf1ea78b0bb/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-08%2Fmaria-eduarda-5765a5b04009e2dd01c2edf1ea78b0bb.jpeg%3Fxid%3D137124&xid=137124 600w, Maria Eduarda foi levada de carrinho de mão para o hospital no mês passado
Morreu nesta quinta-feria (13), a menina de 9 anos filmada pela mãe enquanto era levada em um carrinho de mão para uma unidade de saúde em Pandeiros, zona rural de Januária (MG). Ao ser informada que o carro da saúde não estava disponível, Gilvânia Carmo de Souza e o marido improvisaram o transporte.

Segundo a mãe, Gilvânia Carmo de Souza, a menina teve de ser levada com urgência ao hospital após sentir fortes dores na região do peito. Para colocar Maria no carrinho de mão, os pais usaram um cobertor, como uma espécie de rede. Com o objetivo de dar mais conforto à menina, eles forraram outro cobertor e colocam um travesseiro. Como sol estava forte, o rosto dela foi tampado com uma toalha. O corpo de Maria Eduarda, de nove anos, foi enterrado hoje pela manhã.

Maria Eduarda tinha síndrome nefrótica, uma doença crônica que acomete os rins. Segundo Gilvânia, a filha passou mal no fim de semana e foi internada em um hospital de Januária. Por conta da gravidade do quadro, precisou ser transferida para Montes Claros (MG). Durante a madrugada, teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

A doença de Maria foi descoberta em 2015, após muitas consultas e exames. A garota sofria da síndrome nefrótica, que causa perda da capacidade dos rins em reter proteínas filtradas na urina. Como chegava a pesar 36 quilos, devido ao inchaço, os pais se revezavam para empurrar o carrinho.

Maria Eduarda já havia ficado internada antes, por várias vezes, segundo a mãe, mas com outros sintomas.

Gilvânia disse ao UOL que levou a filha para um hospital de Januária (a 596 km de Belo Horizonte) após a menina reclamar, no domingo de madrugada, de dores. "Essa dor é a primeira dor que ela sentiu desde quando ela vem fazendo o tratamento, em cima do peito esquerdo. Ela não sentia dor. A gente vinha tratando dela, ela inchava, mas ela nunca tinha dor".

Como não havia estrutura de UTI, foi feita a transferência para a Santa Casa de Montes Claros, nas primeiras horas de segunda-feira. Depois de quatro dias internada, os dois rins pararam de funcionar e a criança teve uma parada cardiorrespiratória, no final da madrugada de ontem.

Após o caso ser noticiado, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) fez a doação de uma carro para a comunidade

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