Médicos voltam a fazer cirurgias plásticas no Estado

| 27/05/2020, 18:43 18:43 h | Atualizado em 27/05/2020, 19:01

Com protocolos rígidos de segurança, alguns cirurgiões plásticos do Estado estão voltando a realizar procedimentos cirúrgicos, como implante de prótese e redução de mama, e lipoaspiração.

Segundo os especialistas, as cirurgias são realizadas em hospitais onde não há circulação de pacientes com Covid-19 ou suspeita da doença, como unidades em que são realizados partos.

O cirurgião plástico Humberto Pinto voltou a realizar os procedimentos de médio porte, como de mama. “Com as definições de regras de biossegurança, conseguimos montar um protocolo chamado de 'Covid Free', em que o paciente fica em isolamento em casa, por uma semana, antes da cirurgia e após. Aumentamos o grau de segurança com os equipamentos de proteção individual e o paciente recebe alta no mesmo dia”, destacou.

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O cirurgião Adriano Batistuta também tem feito cirurgias plásticas, em menor quantidade, se considerados os números antes da pandemia. “Segundo o Ministério da Saúde, a orientação é observar a ocupação do sistema de saúde. Se as Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) ficarem muito saturadas, a gente suspende os procedimentos. Mas, por enquanto, temos feito, em menor escala”.

Já o cirurgião plástico Gustavo Mello disse que, por enquanto, tem feito apenas transplante capilar, que não é realizado em hospitais, mas em clínicas com centro cirúrgico. Ele afirmou que planeja, em breve, voltar com os procedimentos cirúrgicos.

Quem também está planejando essa volta é o cirurgião plástico Fabricio Regiani. Ele segue com atendimentos em consultório e realiza procedimentos não cirúrgicos, como o tratamento de congelamento de gordura por meio de um equipamento específico.

Segundo o médico, as cirurgias maiores seguem suspensas, mas há uma expectativa para um retorno em junho.

Em seu informativo, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) recomenda que as cirurgias plásticas sejam feitas em estabelecimentos livres de circulação do novo coronavírus.

Além disso, segundo a SBCP, é importante que o paciente assine o termo de consentimento, em que assume a responsabilidade de cumprir a quarentena pós-operatória e não receber visitas

Desejo de reduzir a mama

Há três anos, a autônoma Aline Martins Gomes, de 30 anos, tem se planejado para fazer uma cirurgia de redução de mama. Ela tentou realizar o procedimento pelo Sistema Único de Saúde, mas, devido à burocracia, teve de ir para a rede particular.

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“Opero na quinta-feira (28). Tenho um problema de coluna e iria realizar a cirurgia em março, porém, por causa da Covid-19, tive de remarcar. O remédio não alivia a dor, somente a cirurgia”, contou.

Governo estuda retorno de operações

As cirurgias eletivas – que não são de urgência –, como oftalmológicas, ginecológicas e angiológicas, podem ser retomadas no Estado, a partir da segunda quinzena de junho. A informação foi passada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa)

A Secretaria da Saúde destacou que um estudo para retomada gradual da realização de exames, consultas ambulatoriais e cirurgias eletivas, em algumas unidades hospitalares, deve ser concluído até o final desta semana.

A Sesa ressaltou porém que, para que isso aconteça, a situação de pandemia tem de estar estabilizada, ou seja, sem aumento de novos casos ou mortes.

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No Estado, as cirurgias e consultas eletivas foram suspensas desde de março, conforme foi definido pela Portaria Nº 038-R, do dia 20 daquele mês. A suspensão ocorreu devido à pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19).

De acordo com a Sesa, as cirurgias oncológicas, cardiovasculares e de urgência e emergência continuam sendo realizadas, assim como o atendimento de programas considerados essenciais à integridade da saúde do paciente, como terapia renal substitutiva, de glaucoma e de HIV.

Riscos

O neurocirurgião Walter Fagundes destacou que, em alguns casos, pacientes que estão à espera de uma cirurgia eletiva podem ter complicações.

“Um paciente com uma doença na coluna ou hérnia de disco, que é considerada uma cirurgia eletiva, por exemplo, pode estar com dor em casa, sendo que o tratamento seria a cirurgia”, destacou.
O médico acredita que os casos de cirurgias eletivas devem aumentar, devido à demanda que não está sendo atendida.

“Mas quando falamos de neurocirurgias, são poucas as cirurgias que não consideramos imprescindíveis. Tenho operado crianças com tumores cerebrais que não podem esperar, ainda que não seja uma urgência naquele momento, é um câncer que pode evoluir”.

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