MEC admite aplicar Enem só em maio de 2021

| 11/06/2020, 13:29 13:29 h | Atualizado em 11/06/2020, 13:38

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020 pode ser realizado apenas em maio do ano que vem, segundo o Ministério da Educação (MEC), devido à pandemia de Covid-19. Essa é uma das opções que os candidatos terão na hora de escolher a nova data da prova, que será definida por uma enquete na internet.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2019-04/372x236/abraham-weintraub-23320a5da6c5716a01e0a50e846999b4/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2019-04%2Fabraham-weintraub-23320a5da6c5716a01e0a50e846999b4.jpg%3Fxid%3D126597&xid=126597 600w, O novo ministro da Educação é economista e próximo ao chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni
, divulgou a consulta pelas redes sociais ontem. Órgão responsável pelo exame, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou que são três opções para a aplicação da prova: 6 e 13 de dezembro deste ano; 10 e 17 de janeiro de 2021 ou 2 e 9 de maio.

A consulta será realizada entre os dias 20 e 30 deste mês no site do Inep. Somente os inscritos para a prova poderão votar, utilizando CPF e senha cadastrados no portal do governo federal. Em todo o País, 6,2 milhões de candidatos farão a prova, que é utilizada como principal forma de acesso em universidades e institutos federais.

“A iniciativa da enquete é importante para dar oportunidade aos interessados de sugerir o melhor período para a realização das provas e garantir transparência”, afirmou o Inep, em nota.

O Enem 2020 também terá uma versão digital da prova, que será aplicada para 101.100 candidatos, sendo 1.300 no Estado. Para esses, as opções de data são: 10 e 17 de janeiro de 2021; 24 e 31 de janeiro ou 16 e 23 de maio. No Estado, as provas pelo computador serão aplicadas em Vitória, Vila Velha, Cariacica e Cachoeiro de Itapemirim.

O governo federal decidiu adiar o Enem após pressão por parte dos estudantes. A principal crítica era que os alunos da rede pública seriam os mais prejudicados, já que o acesso às aulas online, por conta da pandemia do coronavírus, como está acontecendo nas escolas particulares, é mais complicado.

Entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE) pediam o adiamento, o que chegou a virar projeto de lei aprovado no Congresso Nacional.

O exame estava marcado para os dias 1º e 8 de novembro deste ano. Já a versão digital do exame era prevista para os dias 22 e 29 do mesmo mês.

Educadores criticam proposta

A possibilidade de adiamento das provas do Enem deste ano para maio de 2021 está sendo criticada por educadores. Entre os argumentos contra, está o aumento do estresse sobre os estudantes.

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Para o professor Higor Prucoli, gestor do Centro de Ensino Madan, a criação da enquete para consultar os estudantes já indica que o governo está transferindo sua responsabilidade para a sociedade civil. “Os alunos não conseguem fazer essa mensuração”.

“O adiamento para uma data tão à frente vai exaurir ainda mais o físico e o psicológico dos alunos, por mais que essa seja uma demanda deles”, opinou Higor.

O ingresso ao ensino superior e a relação com colégios e cursos preparatórios também seriam afetados, já que o processo seletivo seria adiado e os estudos para a prova precisariam ser prolongadas.

O professor de Matemática Adriano Pratti, do Darwin, acredita que votos para maio virão daqueles que estão menos assistidos neste momento de suspensão de atividades presenciais, que verão no adiamento a oportunidade de conseguirem se preparar mais para o exame. Já os que conseguem manter a rotina remota deverão optar pelos dias mais próximos.

“Sendo em dezembro, ficariam só outros vestibulares tradicionais em janeiro. O período de festas, como Natal e Ano Novo, tira o ritmo de estudo e faz os alunos perderem a concentração”, disse Adriano.

Já o diretor pedagógico da 3ª série e do pré-vestibular do UP Centro Educacional, James Scandian, defende reavaliar a data quando houver definição do retorno às aulas presenciais. “Ainda não se sabe até quando vai a quarentena. Quando ela se encerrar, uma nova consulta deverá ocorrer”, observou.

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