Lei permite que bombeiro seja sócio de empresa de tirolesa no Morro do Moreno

| 03/05/2021, 19:49 19:49 h | Atualizado em 03/05/2021, 20:13

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-05/0x0/morro-do-moreno-b6fa19c8fa2e8f8dfd7aa429f16ae86e/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-05%2Fmorro-do-moreno-b6fa19c8fa2e8f8dfd7aa429f16ae86e.jpeg%3Fxid%3D171718&xid=171718 600w, Acesso à tirolesa do Morro do Moreno

Um cabo do Corpo de Bombeiros, lotado 1ª Companhia do 6ª Batalhão, é um dos sócios da empresa responsável pela tirolesa no Morro do Moreno, em Vila Velha, onde aconteceu o acidente que resultou na morte do engenheiro João Paulo Sampaio dos Reis, de 47 anos, no último sábado (1º).

Segundo informações da corporação, o militar estaria fora de serviço no Corpo de Bombeiros, no dia do acidente. 

A reportagem do Tribuna Online procurou a corporação para saber se o cabo do Corpo de Bombeiros pode ou não ter uma empresa. Em nota, a assessoria de imprensa respondeu que o militar é sócio cotista, conforme determina a legislação estadual. 

"O Corpo de Bombeiros Militar (CBMES) tem ciência de que o cabo da Corporação é sócio cotista da empresa proprietária do empreendimento e estava no local do incidente na ocasião do fato. O CBMES esclarece que a Lei Estadual nº 3.196 permite que os militares desempenhem atividade empresarial, desde que seja como sócio cotista, o que é compatível com a atividade do cabo nesta empresa".

A morte de João Paulo é investigada pela Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, que aguarda o resultado da perícia realizada no local.

A Corregedoria do Corpo de Bombeiros vai instaurar Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar a conduta do militar, segundo a assessoria da corporação.

A reportagem de A Tribuna apurou que as autoridades investigam se o cabo teria modificado a cena da ocorrência, já que os equipamentos esportivos haviam sido retirados do corpo do engenheiro, após o acidente.

Um militar da corporação, que preferiu não se identificar, informou que o capacete usado pelo engenheiro também não havia sido encontrado no local do fato. Já na ocorrência feita pela Força Tática da Polícia Militar, que esteve na tirolesa após o acidente, os militares relatam que o cabo teria se negado a entregar os equipamentos usados pelo engenheiro.

Em nota, a empresa responsável pela tirolesa nega que a cena do acidente tenha sido modificada. 

"Foi realizado todo o procedimento de RCP – massagem torácica cardiorrespiratória, e APH – Atendimento Pré-Hospitalar, uma vez que nossos instrutores são treinados para tais procedimentos, eis que foi retirado o equipamento da tirolesa, cadeirinha de descida e equipamento de EPI do Sr. João Paulo, para facilitar o procedimento pré-hospitalar RCP, APH e outros procedimentos técnicos visando desobstruir as vias respiratórias. Em nenhum momento houve alteração da cena da ocorrência, mas sim, foram feitos os procedimentos protocolares visando resgatar e preservar os sinais vitais até a chegada do socorro acionado", afirma.

A empresa também disse que, em momento nenhum, foi negado a entrega do material que compõe o equipamento de descida da tirolesa, que envolve todo equipamento de proteção individual.

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