Estresse e exaustão física aumentam risco de AVC
Pesquisa realizada em 32 países, incluindo o Brasil, aponta que momentos de raiva e tristeza elevam as chances do problema
Apesar de parecerem problemas comuns do cotidiano, momentos de raiva, tristeza e desgaste físico extremo podem aumentar a chance de as pessoas desenvolverem um acidente vascular cerebral (AVC).
Essa é a conclusão de um estudo global, com a participação do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, feito com dados de 32 países, incluindo o Brasil. Ao todo, foram entrevistadas 13.462 pessoas que sofreram AVC.
Os resultados mostraram que, a cada 11 participantes, ao menos um experimentou sentimentos de raiva ou tristeza cerca de uma hora antes da ocorrência.
Além disso, um em cada 20 afirmou ter praticado algum tipo de esforço pesado no mesmo intervalo de tempo, desencadeando, assim, a exaustão física.
O cardiologista Diogo Barreto explica que, apesar da relação, esses desgastes físicos e emocionais são apenas “gatilhos” que desencadeiam o problema. Ou seja, todo mundo vai passar por alguma situação de estresse na vida, mas nem todos terão um AVC por isso.
“Nesses casos, geralmente, existe algum fator de risco associado, como tabagismo, sedentarismo ou pressão alta descontrolada. Há algo a mais por trás. Não é somente a raiva e a tristeza”, pontua.
O acidente vascular cerebral, que está entre as doenças que mais matam os brasileiros, ocorre quando o sangue para de circular no cérebro, por obstrução das artérias (AVC isquêmico) ou pela ruptura dos vasos sanguíneos (AVC hemorrágico).
Professor de Fisiologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), José Geraldo Mill cita que esse quadro é mais comum entre pessoas que enfrentam casos de violência doméstica, por exemplo. “Além de graves questões financeiras e familiares”, acrescenta.
Ainda de acordo com ele, entre os principais sintomas da doença, vale a pena destacar a paralisia de um dos lados do corpo – sobretudo os braços e as pernas – , dificuldade para falar e confusão mental.
Para prevenir o AVC, a principal orientação dos médicos seria levar um estilo de vida mais saudável.
“É essencial manter uma boa alimentação e a prática de atividades físicas, além de fazer um check-up para avaliar a pressão arterial e conhecer as suas taxas de colesterol e glicose”, detalha a cardiologista Tatiane Emerich.
SAIBA MAIS
A pesquisa
Chamado de “interstroke”, um estudo internacional, feito em 32 países, incluindo o Brasil, avaliou a relação entre o desgaste físico e emocional das pessoas e o acidente vascular cerebral (AVC).
Para a pesquisa, foram analisadas as informações sobre a saúde de 13.462 pacientes que passaram por um AVC.
O problema ocorre quando o sangue para de circular ou é drasticamente reduzido no cérebro, seja por obstrução das artérias, seja por ruptura dos vasos sanguíneos.
Resultados
Após a finalização do estudo, ficou concluído que, a cada 11 participantes, um experimentou sentimentos de raiva ou tristeza cerca de uma hora antes da ocorrência do evento neurológico. Além disso, um em cada 20 disse ter praticado algum tipo de esforço pesado no mesmo intervalo de tempo.
Os pesquisadores destacam que esses pacientes eram mais propensos a terem um histórico de outras doenças, como hipertensão e diabetes, e a não se medicarem contra problemas cardiovasculares.
Nos casos do AVC ocorrido após esforço exaustivo, a maioria dos participantes era formada por homens jovens e não diabéticos, porém, fumantes.
Primeiros sinais
Perda súbita da força, formigamento, paralisia e/ou dormência em um dos lados do corpo, dificuldade repentina de falar ou compreender o que se fala, entre outros.
Aos primeiros sinais de AVC, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao hospital.
Prevenção e tratamento
para prevenir a doença, é preciso controlar os fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, colesterol alto, tabagismo, entre outros.
em casos de danos cerebrais, quem sofre um AVC pode ter de passar por fisioterapia, tomar medicamentos específicos e fazer sessões de fonoaudiologia para voltar às atividades do dia a dia.
Fonte: Hospital Albert Einstein.
Comentários