Com 9 meses de gravidez, jovem tem parto de urgência após sofrer AVC

| 10/06/2021, 15:00 15:00 h | Atualizado em 10/06/2021, 15:03

Uma história inesperada movimentou a rotina de dois hospitais na última semana, em Vitória. Uma jovem de 21 anos, de Santa Maria de Jetibá, região Central Serrana, que estava com 41 semanas de gestação (nove meses), foi internada após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Para complicar, a bolsa estourou e ela entrou em trabalho de parto.

A lavradora Alcione Medenvald deu entrada no Hospital Estadual Central Dr. Benício Tavares Pereira (HEC), em Vitória, porque precisou passar por um procedimento de emergência chamado de trombectomia mecânica.

Segundo os médicos responsáveis, o procedimento consiste na introdução de um cateter pela virilha, que alcança o cérebro para retirar o trombo responsável por entupir a artéria, o que leva ao AVC.

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A jovem, que teve alta ontem, contou que estava escovando os dentes quando não conseguiu mais ficar em pé por não sentir um lado do corpo. “Me apoiei na pia para não cair”, contou.

Sem entender o que estava acontecendo, ela deu entrada no hospital de Santa Maria de Jetibá. “Me disseram que eram sintomas de AVC. Fiquei desesperada porque me disseram que eu e o bebê corríamos risco de morte”, disse.

Alcione deu entrada no HEC, realizou o procedimento e, em seguida, foi transferida para o Hospital Universitário Cassiano Antonio Morais (Hucam), onde foi submetida a uma cesárea de urgência. Emocionada, ela disse que ficou feliz quando pegou o filho no colo.

“Após a cesárea, voltei ao Hospital Central, mas fui sem meu filho. Mas na última sexta-feira, ele recebeu alta hospitalar do Hucam e pôde voltar para os meus braços e ficar comigo”, disse Alcione, que contou com o apoio do marido, o lavrador Hilário Kuister. O bebê recebeu o nome de Fernando.

A coordenadora da unidade de AVC do Hospital Estadual Central, Rúbia Sfalsini, explicou que a paciente é jovem e passou por uma situação muito grave, com a obstrução de um grande vaso.
“A agilidade no atendimento foi fundamental para a recuperação dela, além da eficiência da equipe”, disse Rúbia Sfalsini.

O anestesista que acompanhou o tratamento, Marcelo Torres, disse que foi muito gratificante atender a jovem. “Ela teve alta, passou de um evento totalmente grave para uma vida totalmente normal com seu filho em apenas uma semana”, ressaltou.

“Parte do corpo ficou paralisada”

A Tribuna – Como aconteceu o AVC?

Alcione Medenvald Kuister – Eu estava em casa, dormindo. Acordei e fui no banheiro, tomei café, tudo normal. Na hora que fui escovar os dentes, uma parte do meu corpo ficou paralisada, eu não estava sentido nada.

Qual foi a sua reação?

Eu chamei meu pai, ele me ajudou. Me levaram para o carro, porque eu não estava conseguindo andar. Fui para o hospital de Santa Maria de Jetibá. Lá me avisaram que eu estava com sintomas de AVC. Chamaram o helicóptero do Notaer e eu vim para Vitória.

O que aconteceu depois?

Eu dei entrada no Hospital Estadual Central, onde eles curaram o meu AVC. Minha bolsa estourou e eu ainda estava em tratamento. Por isso fui transferida para um outro hospital, onde fiz uma cirurgia de emergência para a realização do parto.

Como foi esse reencontro com o seu filho?

Foi muito tranquilo. Eu precisei voltar para o Hospital Central, fiquei internada na UTI por três dias. Quando eu estava no quarto, o bebê teve alta logo e foi para o Hospital Central, onde eu estava. Fiquei muito feliz e emocionada, pois pude pegá-lo novamente.

Está voltando para casa?

Sim, recebi alta hoje (ontem) e estou voltando para Santa Maria de Jetibá. Muito feliz porque estou bem e com meu filho.

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