Bailarinos pedem ajuda para realizar seus sonhos

| 28/11/2020, 19:46 19:46 h | Atualizado em 28/11/2020, 19:54

A falta de oportunidade pode fazer com que muitos talentos natos nunca cheguem aos palcos do balé clássico. Para dar a chance àqueles que têm o dom, o Studio de Dança Cleide Neppel, em Cariacica, oferece bolsas para alunos carentes. Alguns deles, porém, precisam de ajuda financeira para realizarem o sonho de participar de concursos.

É o caso do aluno Matheus Perfeito, 16 anos. “O sonho dele é ir para a Escola Bolshoi no Brasil, em Santa Catarina. Ele está pronto, mas precisa de ajuda para passagem e estadia lá”, explicou a diretora do projeto, Cleide Neppel, 52.

A diretora vai inscrever Matheus na próxima segunda-feira, mas, para conseguir participar, ele precisa de ajuda.

“O Matheus faz aula com a gente desde os 7 anos, e sempre enfrentou preconceito, por ser menino e fazer balé. Eu sempre dei força para a realização desse sonho, porque a gente via que era algo que estava na alma dele”.

O adolescente é um dos vários alunos que já passaram pelo projeto do estúdio de dança, que começou a oferecer bolsas em 2006.

“Ela (Cleide) começou dando bolsa integral para os meninos, para incentivar. Depois, montou o projeto em Vista Linda, Cariacica, fazendo divulgação das aulas para as crianças da comunidade”, explicou o filho de Cleide, Vitor Neppel, 28. Hoje, ele também dá aulas de balé no estúdio da mãe.

O projeto em Vista Linda foi até 2011, quando precisou fechar por dificuldades financeiras, já que todo o dinheiro saía do bolso dos professores. Mas, em 2018, Cleide decidiu reabrir a iniciativa, dessa vez no estúdio em Itacibá.

“Fizemos panfletos e distribuímos nas escolas públicas da região, dizendo que iríamos fazer um evento de avaliação para bolsas. Inicialmente, tivemos 20 alunas que passaram. Abrimos as vagas também no ano seguinte, e fez muito sucesso”, contou Vitor.

Atualmente, no estúdio, 40 alunos participam do projeto, 10 deles como bolsistas integrais. “Esses bailarinos vão de 3 até 18 anos, mas a gente incentiva que eles continuem sempre”, disse Cleide.

Para ajudar no projeto, com qualquer quantia, o contato pode ser feito diretamente com a diretora, através do telefone 99711-8090. “A gente precisa de figurino, sapatilha. Se conseguíssemos ajuda, seria muito bom. Eu poderia abrir vagas para mais crianças”, disse Cleide.

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Entrevista - Vitor Neppel, professor de balé: “Nosso objetivo é tornar o balé acessível a todos”


Desde pequeno vendo a mãe dar aulas de balé, Vitor Neppel, de 28 anos, acompanhou de perto a criação do projeto social que dá bolsas a alunos carentes que têm o sonho de fazer balé clássico.

A Tribuna  – Qual o objetivo do projeto?

Vitor Neppel O balé clássico sempre foi feito para pessoas que têm dinheiro e, assim, quem não tinha, ficava sem fazer. Nosso objetivo é tornar o balé acessível a todos. A gente quer que seja comum a criança chegar à escola e falar que faz balé clássico. Nosso sonho é que todos possam experimentar essa arte e sonhar.

Como chegam às crianças?

Como nosso foco era chegar às comunidades, nós divulgamos nas escolas públicas aqui da região. E encontramos muitos talentos. Às vezes, a gente tem de olhar para o local em que estamos inseridos, para os nossos vizinhos.

A bolsa é para todos?

A gente faz um evento de avaliação para bolsas integrais ou parciais. Para os que são muito promissores, a gente dá bolsa integral, e para aqueles que têm o dom, damos a parcial. Também temos parceria com um ateliê e conseguimos desconto nas roupas.
 

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