Aumentam as chances de vencer o câncer de mama
Apesar de ser o tumor mais comum entre as pacientes e a doença que mais mata mulheres, o câncer de mama tem até 90% de chance de ser curado se for detectado precocemente, dizem especialistas.
Diagnóstico precoce, medicamentos com menos efeitos colaterais e novas modalidades de tratamento são algumas das medidas que podem aumentar as possibilidades de vencer a doença.
A oncologista clínica Kítia Perciano destaca que, embora a incidência do câncer de mama tenha aumentado, a mortalidade pela doença tem diminuído. Isto ocorre, segundo ela, em função da mamografia e das melhores técnicas do tratamento.
A médica ressalta que as técnicas modernas melhoraram tanto a qualidade como o tempo de vida.
“A quimioterapia tem drogas cada vez mais específicas, que melhoram a taxa de resposta e a chance de cura. Na radioterapia, também houve evolução. Por causa dos novos aparelhos e do planejamento melhor, o tratamento é feito em três dimensões, poupando o pulmão e o coração de pegarem radiação”, explicou.
“As pessoas que tratavam de câncer de mama e faziam radioterapia na mama esquerda, por exemplo, tinham mais chance de terem infarto”, completou.
A oncologista clínica Fernanda Cesar, do Cecon, pontuou que está mais fácil vencer o câncer de mama e que, para melhorar a vida do paciente, existem cada vez mais medicamentos com menos efeitos colaterais ou que são ferramentas para reduzir os efeitos colaterais.
“Na década de 1970, por exemplo, o câncer era diagnosticado mais tardiamente, mas os métodos de diagnóstico melhoraram, os pacientes conhecem mais sobre a doença também”, destacou.
A oncologista Sabina Aleixo reforçou os avanços no diagnóstico da doença. “Temos aparelhos de mamografia e de ressonância melhores, permitindo que façamos o diagnóstico em lesões muito pequenas, o que aumenta a chance de cura. Avançamos também em relação aos exames moleculares e conhecemos melhor o câncer”.
Elas ganharam a luta contra o tumor
Mais de 66 mil novos casos de câncer de mama ocorreram este ano, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para ajudar a reduzir esse número, campanhas de conscientização e prevenção da doença ganham mais espaço, como o Outubro Rosa.
Apesar da dificuldade para enfrentar esse tipo de tumor, várias histórias provam que é possível vencer a luta, principalmente, com o apoio de familiares e amigos.
Com esse apoio, a psicopedagoga Silmara Schneider, 48, e a contadora Rosinélia Cezário Loureiro, 57, vizinhas de condomínio, conseguiram vencer a doença juntas.
Silmara descobriu a doença há quatro anos, por meio do autoexame. “Nunca pensei em desistir. Foi difícil, mas, como tive muito apoio dos meus familiares e amigos, a certeza de que tudo daria certo foi grande dentro de mim. Eu sempre falava que não ia morrer e isso me ajudou a não desistir”, relatou.
A psicopedagoga dá palestras e pretende lançar um livro sobre a história de superação. Já a contadora Rosinélia, que também descobriu a doença por meio do exame de toque, praticamente junto com Silmara, em 2016, conta que as 16 sessões de quimioterapia não a fizeram desistir da vida.
“Como meu cabelo estava caindo muito, quis logo raspar a cabeça. Não ligava para isso. É claro que a doença foi triste, mas o apoio psicológico que recebi e o carinho dos meus familiares me deram muita força”.
O autoexame das mamas e a mamografia são fundamentais para a descoberta da doença e tratamento eficaz. Diretor clínico do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), o radio-oncologista Carlos Rebello destaca a importância desses exames.
“O autoexame vem nos ajudar muito porque, com ele, a gente consegue detectar um nódulo na fase inicial. Ainda assim, é preciso fazer mamografia, que nos fornece o diagnóstico precoce. Ela deve ser feita nas pacientes acima de 40 anos de forma anual. Naquelas pacientes que têm histórico familiar de tumor de mama, a recomendação é fazer acima dos 30 anos”.
Estado registra 898 novos casos em seis meses
No País inteiro, a estimativa é de que surjam 66.280 novos casos desse tipo de câncer até o final do ano. De acordo com a estimativa, no Espírito Santo, serão 790 novos registros e na Grande Vitória, 80, no mesmo período.
O médico ginecologista Remegildo Gava reforça a importância do monitoramento, da conscientização e do autocuidado na cura do câncer de mama. Ele explica a importância das consultas regulares com o ginecologista.
“Estar atenta ao próprio corpo é fundamental, mas é preciso ir regularmente ao ginecologista, que vai fazer o exame clínico e indicar como será o acompanhamento preventivo”, explicou.
Segundo o especialista, em geral, o rastreamento deve ser feito a partir dos 40 anos de idade. Se existir um caso na família, como tia, irmã ou mãe, o indicado é realizar o exame a partir dos 35.
“Eu venci a doença”
A produtora de conteúdo Renata Pimentel Araújo, de 45 anos, descobriu o câncer de mama em agosto de 2017. O tratamento foi iniciado rapidamente e provocou queda dos cabelos, aumento de peso e retirada da mama esquerda.
“Na época, eu não me reconhecia em frente ao espelho: estava gorda, careca e sem um dos seios. Confesso que não foi fácil, mas eu não desisti. Graças ao apoio psicológico que tive e o amor da família, eu venci a doença”, comemora.
DICAS DE PREVENÇÃO
Não fume
- Ao fumar, são liberadas no ambiente mais de 4.700 substâncias tóxicas e cancerígenas, que são inaladas por fumantes e não fumantes.
Tenha boa alimentação e evite o excesso de peso
- Alimentos gordurosos aumentam os riscos de câncer de mama.
- Além da alimentação saudável, a atividade física também contribui para se proteger contra o câncer.
Reduza a ingestão de bebidas alcoólicas
- Combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta o risco de surgimento da doença.
Faça o autoexame e a mamografia regularmente
- O autoexame, por meio do toque nas mamas, é muito importante para notar qualquer alteração.
- Além disso, é preciso realizar a mamografia regularmente, pois alguns tumores não são percebidos apenas através do toque.