Arrecadação em igrejas caiu 50% com a pandemia na Grande Vitória

| 11/08/2020, 08:21 08:21 h | Atualizado em 11/08/2020, 08:33

A crise causada pelo coronavírus trouxe dificuldades financeiras para as famílias, comércios e também para igrejas. Pastores estimam que a queda na arrecadação dos templos com dízimos e ofertas no período da pandemia chegou a 50%.

O pastor Enoque Castro Pereira, da Associação de Pastores da Grande Vitória, explicou que aquelas igrejas que já tinham um sistema de contribuição, que não dependia da realização de cultos e demais celebrações presenciais, não sofreram tanto financeiramente com a suspensão das atividades nos templos.

O dinheiro arrecadado nas ofertas e dízimos serve para a manutenção do templo e pagamento de contas, além de ajudar em projetos sociais das igrejas.

“As igrejas que ficavam muito dependentes da presença dos membros elas, realmente, sofreram. Pastores relataram que muitos projetos tiveram que ser adiados, pagamento de alugueis, água e luz e pagamento de pastores que atuam nos templos em tempo integral”, disse ele.

Outra dificuldade relatada por ele foi a suspensão de contratos de trabalho e demissões de membros das igrejas nesse período de pandemia.

“O membro que faz uso do sistema do dízimo depende do salário e, quando se reduz o emprego e há demissões, todos os setores são afetados até a igreja. O membro que contribuía com o dízimo passa até a ser dependente de alguma ajuda da igreja”, afirmou Enoque.

O presidente da Associação dos Pastores Evangélicos da Serra (Apes), pastor Marcelo Ferreira, informou que há relato de fechamento de templos por conta da crise financeira gerada pela pandemia e de religiosos que estão com dificuldades para honrar o aluguel do espaço, buscando renegociar o valor.

As igrejas de portes grande e médio, por outro lado, se adequaram ao uso da tecnologia para garantir a arrecadação durante esse período e assim ter condições de realizar a manutenção do templo e de obras sociais.

“Todas as igrejas que migraram para a questão das lives e plataformas digitais incluíram o Picpay e transferências virtuais para o pagamento. Várias igrejas já trabalham no dia a dia com essas transferências e cartão de credito. Isso é realidade em templos grandes. Mas em igreja pequenas o pastor não tem esse domínio de rede social, cartão de crédito e o dinheiro ainda roda muito na mão e há a entrada de recursos em espécies”, explicou.
 

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