Prefeito é o principal mentor de todo esquema criminoso, afirma superintendente da Federal
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Preso na manhã desta terça-feira (28), o prefeito de São Mateus Daniel Santana, o Daniel do Açaí, é apontado pela Polícia Federal como o líder da organização criminosa suspeita de fraudar licitações para desviar recursos públicos da prefeitura do Norte do Estado.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, delegado Eugênio Ricas, o grupo desviou e se apropriou de recursos do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação, que deveriam ser aplicados no combate à pandemia da covid-19.
“Tudo indica que ele [Daniel] era o principal membro dessa organização criminosa. Ela toda se desenvolve ao redor desse agente político. Ele indica as pessoas que vão trabalhar na prefeitura para fazer a movimentação dos recursos, qual empresa vai participar de cada certame licitatório. Ele cria as empresas de fachada, ele distribui os recursos, ele cria uma trade para fazer essa movimentação, investe em propriedades rurais para esconder esse patrimônio. Ao que tudo indica, os recursos obtidos, até agora, é que ele é o principal mentor de todo esse esquema criminoso”, afirmou Ricas.
As investigações começaram em 2020, segundo o superintendente da Polícia Federal, e relatórios do Controladoria Geral da União (CGU) apontam que as empresas movimentaram cerca de R$ 50 milhões com as contratações de forma fraudulenta.
“Já foi identificado que algumas licitações foram direcionadas, as empresas que participaram já sabiam quem ia vencer, com um sobrepreço, pagando propina para poder participar desses contratos. Esse dinheiro que entrava e que era objeto de propina era lavado por meio de empresas cujos proprietários eram testas de ferro, laranjas colocados ali pelo gestor municipal. Um intricado sistema de corrupção, que conta com uma hierarquia bem definida, com um líder do esquema, com operadores do esquema que trabalhavam dentro da prefeitura, com empresários que participavam, com laranjas que contribuíam com a lavagem de dinheiro. Um esquema bem robusto”, avaliou Ricas.
Sete mandados de prisão preventiva por cinco dias e 25 de busca e apreensão foram cumpridos ao longo desta terça nas cidades de São Mateus, Linhares e Vila Velha.
Segundo o superintendente da Polícia Federal, as investigações continuam para saber mais detalhes do funcionamento dessa organização criminosa.
Na casa do prefeito, foram encontrados mais de R$ 700 mil em dinheiro. também foram encontradas quantias altas na casa de uma servidora e em uma empresa do gestor.
Papéis destruídos são encontrados em gabinete
Durante o cumprimento dos mandados, policiais federais foram até a Prefeitura de São Mateus e encontraram em uma sala onde fica o gabinete do prefeito um saco plástico preto com documentos destruídos.
“Organização criminosa, lavagem de dinheiro, depois que ele se apropriavam desse dinheiro, ele precisava ganhar uma aparência de licitude, corrupção ativa e passiva. Uma série de crimes gravíssimos. Costumo dizer que a corrupção é a forma de matar as pessoas de forma lenta, porque o dinheiro que poderia ser aplicado em educação, segurança e saúde, acaba indo parar nos bolsos de pessoas inescrupulosas”, afirmou Ricas
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