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Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

Uso de corticoide em Covid-19

| 07/07/2020, 07:04 07:04 h | Atualizado em 07/07/2020, 07:09

Descobriu-se, recentemente, que o esteroide dexametasona diminui a nefasta reação do sistema imunológico contra o coronavírus, aumentando a chance de sobrevivência do paciente grave.

Denominada “tempestade inflamatória”, esse efeito entre antígeno e anticorpo agrava o já debilitado funcionamento do organismo infectado. Ao permitir que corpo se recupere, sem gastar tanta energia reacional, os corticoides agem como verdadeiros pacificadores na briga entre o vírus e o sistema imune do paciente.

Desde sua introdução na prática clínica, esses notáveis fármacos têm sido amplamente utilizados no tratamento de uma variedade de doenças, sendo os mais potentes agentes anti-inflamatórios existentes. Seu uso vem reduzindo consideravelmente a mortalidade de indivíduos portadores de enfermidades graves, como distúrbios imunológicos, processos inflamatórios e alérgicos, transplantes de órgãos, entre outros.

Quem nunca sentiu dor, vermelhidão e aumento de temperatura, após pisar em um caco de vidro? Esse e outros danos aos nossos tecidos desencadeiam o que é chamado de inflamação, processo natural necessário para reestabelecer à função de órgãos e tecidos. Em alguns casos, devido a um mau funcionamento do organismo, ocorre uma resposta inflamatória descontrolada e prolongada.

Nessas situações, algumas moléculas apresentam-se desreguladas, como acontecem com as citocinas, substâncias produzidas por células específicas, como macrófagos e linfócitos, em reposta a organismos invasores, como vírus e bactérias.

Citocinas atuam no combate a infecções, ativando células produtoras de anticorpos e atraindo células inflamatórias para zonas atingidas, auxiliando o organismo a retornar ao seu equilíbrio. A produção de citocinas dura de poucas horas a alguns dias, porém em doenças graves, essa produção é desregulada e prolongada, levando a níveis inflamatórios exacerbados, como acontece na infecção pelo coronavírus, por exemplo.

Um dos motivos fatais do  SARS-CoV-2 é a reação exagerada que ele causa no sistema imunológico, conhecida como cascata de citocinas.

“Tempestades de citocinas” podem explicar porque algumas pessoas apresentam reações intensas aos coronavírus, enquanto outras experimentam apenas sintomas leves.

O aumento na quantidade de citocinas atrai muitas células inflamatórias para dentro do tecido pulmonar, provocando lesões alveolares.

A principal causa de morte em pacientes infectados pelo coronavírus é a síndrome da deficiência respiratória grave, onde várias citocinas contribuem para a ocorrência da falência pulmonar.

O uso de inibidores de citocinas inflamatórias, como a dexametasona, é crucial para tentar salvar o paciente. Entretanto, pelo fato de interferir com o funcionamento do sistema imune, os corticoides agem como uma “faca com dois gumes”, podendo aumentar a replicação viral e agravar o quadro infeccioso.

Há males que vêm para o bem.

Dexametasona é um mal, mas é um mal necessário.

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