Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Tribuna Livre

Tribuna Livre

Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Tratamento do câncer infantil deve continuar durante pandemia

| 21/05/2020, 06:53 06:53 h | Atualizado em 21/05/2020, 06:55

Tempos difíceis. O vírus, que nos últimos meses transformou a vida das pessoas, chegou para somar num universo de problemas de saúde pré-existentes, entre eles, o câncer, que acomete crianças e adolescentes. Doença com alto potencial de cura, o câncer infantojuvenil tem índices de sobrevida atrelados ao conjunto de fatores inter-relacionados, como diagnóstico precoce, apoio social, alta qualidade dos centros de referência, pesquisa clínica e educação.
No que se refere à Covid-19 em crianças em tratamento contra o câncer, há escassez de informações. Por serem imunossuprimidas, presume-se que sejam mais suscetíveis às complicações, pois foi o desfecho em infecções por outros coronavírus no passado.

Contudo, alguns estudos demonstram que mesmo crianças infectadas pela Covid-19 e em quimioterapia permaneceram assintomáticas ou tiveram quadro respiratório leve. Isto é um alento para os oncologistas pediatras, embora os estudos tenham limitações e não se deva subestimar o risco destes pacientes desenvolverem curso mais grave da Covid-19.

Temos, aqui, duas frentes de batalha. Além da luta contra o câncer, um novo desafio se impõe. A crise sanitária, revela mais uma de suas facetas, o “efeito distração”. Desviar a atenção exclusivamente à situação da Covid-19, ofuscando o cotidiano da prática clínica impacta negativamente no desfecho do tratamento de doenças, especialmente do câncer. Mesmo em tempos de Covid, a busca incessante pelo diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento do câncer em crianças e adolescentes permanecem como prioridades, não devendo, de forma nenhuma, ser postergados.

Os protocolos de tratamento devem seguir, como sempre, amparados por normas de segurança porque o objetivo é a cura na maioria dos casos. A Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (Acacci) fortaleceu medidas de prevenção em suas dependências, para o bem-estar de todos.

O receio do contágio não pode minimizar a importância da procura pelo auxílio médico. Para crianças que precisam ser atendidas em ambientes hospitalares, entre todas medidas de precaução já conhecidas, como a higienização das mãos e isolamento, recomenda-se ir apenas um acompanhante; manter distância de outras pessoas; usar máscaras. Pacientes com sintomas respiratórios devem ser atendidos em local distinto. A vacinação contra gripe deve ser incentivada.

Neste momento, não podemos dizer quando a crise será superada e, assim, esforços devem ser feitos para que práticas médicas, já consolidadas, sejam mantidas. Sabe-se que a erradicação completa de um patógeno dificilmente é alcançada. O controle da infecção envolve métodos de intervenção que interrompam a transmissão.

A disponibilidade de testes rápidos para detectar os contaminantes e efetuar seu isolamento deve ser uma das metas, bem como o desenvolvimento de vacinas. O advento de medicamento que destrua o vírus é ainda um sonho. Assim como no tratamento do câncer em crianças e adolescentes, o que se almeja é a preservação da vida com qualidade.

Gláucia Perini Zouain-Figueiredo é pediatra oncologista.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: