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Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

Tranquilizante causa dependência

| 15/09/2020, 07:57 07:57 h | Atualizado em 15/09/2020, 07:58

Algumas pessoas que têm dificuldade para enfrentar as vicissitudes da vida procuram um médico, solicitam receita de um calmante e depois não conseguem mais viver sem ele.

Quando a caixa termina, começa uma peregrinação aos consultórios para conseguir novas receitas e continuar comprando o conhecido “tarja preta”.

O uso de remédios para resgatar tranquilidade tornou-se uma epidemia.

Entre os tranquilizantes mais receitados estão os benzodiazepínicos, um tipo de ansiolítico utilizado para tratar ansiedade e distúrbio do sono. Quando usadas durante muito tempo, essas drogas causam dependência química.

Tais fármacos são eficientes, mas devem ser tomados temporariamente, devendo ser prescritos em situações específicas. Infelizmente, o que se vê é a banalização dessas medicações, usadas para costumeiras angústias existenciais.

O uso prolongado de calmantes pode trazer inúmeros prejuízos à saúde, principalmente naquilo que diz respeito às alterações de comportamento. Quem abusa de tranquilizantes certamente vai se queixar de memória fraca.

Benzodiazepínicos são fármacos ansiolíticos viciantes. Além do efeito calmante, eles produzem sedação, relaxamento muscular, sonolência, tontura, diminuição do estado de atenção, perturbações da memória e dificuldades de concentração, efeitos que afetam negativamente a capacidade de conduzir atividades diárias, como dirigir veículos automotores ou utilizar máquinas perigosas.

Em idosos, particularmente, a diminuição da coordenação motora pode resultar em quedas e ferimentos.

Outros efeitos colaterais comuns são diminuição da libido, depressão emocional, hipotensão, visão turva, confusão mental e pesadelos.

Apesar do efeito tranquilizante, podem ocorrer reações paradoxais, como o aparecimento de crises epilépticas, agressão, violência, impulsividade, irritabilidade e comportamento suicida.

Quando usados por muito tempo para conciliar o sono, os benzodiazepínicos alteram a arquitetura fisiológica do sono, podendo levar à insônia persistente. 

O uso crônico de calmantes cria tolerância, obrigando o usuário a aumentar a dose para obter os mesmos efeitos. Por esse motivo, sua administração deve ser de, no máximo, três semanas. Após seis semanas de uso ininterrupto, os benzodiazepínicos causam dependência psicológica e física, mesmo que utilizados moderadamente.

A síndrome de abstinência dessas drogas é comparável aos de outras substâncias que também causam dependência, iniciando-se logo em seguida à suspensão da administração, caracterizando-se por tremores, ansiedade, insônia, perda do apetite e, por vezes, convulsões e surtos psicóticos.

Ansiedades leves e temporárias não devem ser tratadas com remédios. Num estado de inércia medicamentosa não há espaço para vitórias existenciais.

Quando não conseguimos encontrar tranquilidade dentro de nós mesmos, de nada serve procurá-la noutro lugar.

Quem toma calmante para dormir, não dorme; inexiste até de manhã.

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