Toma lá, dá cá
Líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF) diz que os ministros Luiz Ramos (Casa Civil) e Gilson Machado (Turismo) o procuraram antes da votação da Medida Provisória (MP) da privatização da Eletrobras no Senado, no último dia 17, para oferecer a nomeação de uma pessoa que ele havia indicado quando era vice-líder do governo na Casa, em 2020.
O senador diz ter respondido que o texto era ruim e que nunca votou em troca de cargo. Ele votou contra e orientou a bancada contra a medida, que foi aprovada em placar apertado.
Retaliação
O filho do senador, Sergio Ferreira, foi exonerado do cargo de diretor de Empreendedorismo Cultural da Secretaria Especial da Cultura, que é subordinada à pasta de Gilson Machado, na segunda-feira. A Secult, comandada por Mario Frias, foi pega de surpresa.
Aqui não
“Nunca tive isso de toma lá dá cá”, afirma o senador, que critica a MP pelos numerosos jabutis. “Não é meu perfil votar em função de lobby ou em troca de alguma coisa. Nunca fiz isso na minha vida pública. Acho que as pessoas estão confundindo. É lamentável”, completa.
No passado
“E toda a imprensa pergunta pra mim: 'Como você vai governar sem o 'toma lá dá cá'?' Eu devolveria a pergunta a vocês: existe outra forma de governar, ou é só essa? Se é só essa, eu tô fora!”, disse Jair Bolsonaro em entrevista à Band em 2017.
Outro lado
O Painel procurou os ministros Machado e Ramos por meio das assessorias de imprensa de suas pastas. O ministro do Turismo disse que não comentaria o assunto, o da Casa Civil não deu retorno.
Agenda
A campanha Fora, Bolsonaro, fórum que reúne as organizações que encabeçaram os atos pelo impeachment de Bolsonaro em 29 de maio e 19 de junho, marcou nova mobilização nacional para 24 de julho.
Meta
O objetivo agora será o de ampliar o número de cidades com atos e fortalecer o apoio de setores variados da sociedade. Segundo os organizadores, houve 427 atos em 366 municípios no último sábado.
Mas...
Criticado por defensores da Lava a Jato e elogiado por políticos e integrantes de Cortes superiores, Augusto Aras assinou desde o início de sua gestão na Procuradoria-Geral da República, em setembro de 2019, 34 acordos de colaboração premiada. Desse total, 13 delações foram fechadas nos primeiros meses de 2021.
Fora
A direção-geral da Polícia Federal dispensou ontem o delegado Agnaldo Alves de um cargo de chefia por um episódio envolvendo urnas eletrônicas. Ele era o coordenador-geral do setor que cuida, entre outras coisas, de questões eleitorais.
Corte
O desligamento ocorreu após a Polícia Federal ter encaminhado às chefias estaduais na última quinta-feira um pedido de informações sobre denúncias de fraudes em eleições. A assinatura nos pedidos é do diretor de Combate ao Crime Organizado, Luiz Flávio Zampronha.
Sem lugar
Segundo relatos, a iniciativa foi de Alves, que disse internamente ter dado início aos pedidos por ter recebido informações do TSE de que um requerimento seria aprovado em uma comissão da Câmara nesse sentido, o que ocorreu horas depois. A cúpula não gostou e cortou o delegado do cargo.
Fim
O Ministério Público Federal (MPF) pediu arquivamento do inquérito aberto para apurar possíveis irregularidades na produção de um relatório do Coaf sobre transações suspeitas de Frederick Wassef, advogado e amigo dos Bolsonaro.
Nada
Para o MPF, o Coaf apenas produziu e enviou o documento para órgãos de fiscalização seguindo critérios técnicos e de forma impessoal após receber 34 comunicações de transações atípicas.
Sombra
O presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, tem dito a aliados que crê que as escutas encontradas na sala da presidência da entidade são obra de Marco Polo Del Nero, ex-comandante da confederação. Ele afirmou a amigos que acredita que vinha sendo gravado ilegalmente desde 2018, quando foi eleito.
Provas
Caboclo tem recorrido a duas evidências para sustentar sua suspeita. Uma delas é a de que gravações de conversas suas começaram a vazar depois do rompimento recente com Del Nero.
Tiroteio
“Ao lamentar as 500 mil mortes, não se esqueça, Arthur Lira, do maior responsável: o genocida. Paute o impeachment!”
De Rui Falcão (PT), deputado, sobre os pedidos de impeachment contra Bolsonaro não analisados na Câmara.