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Claudia Matarazzo

Claudia Matarazzo

Colunista

Claudia Matarazzo

Tem hora que só bebendo...

| 11/02/2021, 10:45 10:45 h | Atualizado em 11/02/2021, 10:48

Tá difícil, né? E quando abro a boca para desabafar, me mandam “voltar a falar só de etiqueta, que é do que senhora entende”. Então, tá: na impossibilidade de beber juntos, por conta do Covid-19, compartilho aqui uma parte da pesquisa que fiz, preparando um novo projeto sobre o que se bebia no Brasil Colonial e Imperial.

Água – Bebia-se água à mesa do dia a dia, e vinho português nas casas mais abastadas. Os nativos, desde sempre, desfrutavam das águas de rios.

Nas casas mais ricas, era apresentada com pompa, em um grande copo comunitário sobre uma salva de prata. Em residências de “classe média”, havia uma imensa talha colocada em um canto da sala com um copo – também comunitário – preso ao cabo. Os moradores e/ou hóspedes serviam-se ali, conforme a necessidade.

Entre o calor, os temperos apimentados e a doçaria carregada no açúcar, é natural que a preferência fosse por água – mais refrescante, saudável e acessível a todos.

Refresco tropical – Há relatos de um refresco feito com “água colhida das folhas de bromélias”, técnica dominada pelos indígenas, que, acrescida de suco de limão, aguardente e açúcar, resultava em um delicioso refresco. Sim, provavelmente, esse foi o precursor da nossa caipirinha.

Cachaça – Era também popular, claro, mas, ao contrário do que se pensa, mais usada em dia de festas, quando a ingestão em quantidades enormes resultava em bebedeiras homéricas, gente “fora de si”, etc. Os nativos a batizaram de “bebida de fogo” ou “cauim tatá”. Acrescida de mel, era usada como remédio contra tremedeiras e febre.

Caldo de cana – Era mais consumido pelos escravos. Extraída da cana, a garapa, doce e refrescante, proporcionava energia extra, assim como o mel.

Vinho africano – Existia sim: os escravos tomavam essa bebida produzida a partir da palmeira de dendê, assim como uma infusão de sementes, sorgo e milhetos.

Cerveja brasileira – A adesão do milho brasileiro permitiu a criação das primeiras cervejas artesanais ainda no Brasil colonial.

Vinho português – Nas mesas ricas e nos conventos, ele reinava absoluto. Chegava da terrinha em pipas e era mais servido em recepções. Vinham do Porto e da Madeira e eram muito degustados em festas como Natal, Páscoa e recepções oficiais.

Limonada – Refresco muito apreciado e vendido com sucesso. Além do efeito refrescante, tinha a vantagem de facilitar a digestão de comidas mais gordurosas.

Água de coco – Foi incorporada ao cardápio, principalmente, por seu sabor delicado e também por ser bebida “desalterante”, rebatendo os efeitos de vinho e aguardente, além de alimentar e hidratar consideravelmente.

Chá – O chá, mais a partir do século XIX, era tomado regularmente à noite, sempre servido em xícaras entre as 20 e 22 horas.

Café – Surgiu mais tarde, por volta do século XIX, e foi incorporado ao café da manhã justamente para rebater eventuais goles de cachaça da véspera.

Taí! Nosso rico País, Brasil inzoneiro, com todas as suas formas de compartilhar um bom copo! Escolha a sua, e vamos em frente!

Fonte: “Essa Gente Brasileira”, Mary del Priore.

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