Sitiado

A atuação de Braga Netto à frente da Defesa tem sido classificada como péssima por integrantes do Centrão, do STF e até por auxiliares de Jair Bolsonaro. O general tem agido de forma excessivamente subserviente ao Presidente, sendo que alguns usam o termo “capacho” para se referir a ele.

A avaliação desse grupo é de que a nota divulgada pelo ministro para negar ameaças golpistas o expôs mais e foi tiro no pé: partidos garantem, agora, ter apoio com folga para derrotar o voto impresso.

Matemática
Na conta de presidentes de legendas ouvidos pelo Painel, há 22 votos para derrotar a proposta do voto impresso na comissão especial da Câmara logo após o recesso parlamentar – 18 já seriam suficientes para impedir a continuação da ideia.

Tô fora
Até o presidente em exercício do Patriota, Ovasco Resende, partido ao qual o senador Flávio Bolsonaro (RJ) está filiado, diz que “em um mundo em que todas as interações, desde sociais até profissionais, se dão cada vez mais por sistemas eletrônicos, é um retrocesso falar em voto impresso”.

Quadrado
Considerados pais da urna eletrônica, os ex-presidentes do TSE Carlos Velloso e Marco Aurélio dizem que, apesar de a nota do ministro Braga Netto ter afirmado que cabe ao Congresso discutir a implementação do voto impresso, o STF pode, sim, derrubar uma decisão do Legislativo sobre o tema.

Fronteiras
“O Supremo já decidiu pela inconstitucionalidade porque quebra o sigilo do voto. Quem decide é o Congresso, agora, se o Congresso votar uma lei que contrarie uma disposição constitucional, que seja cláusula pétrea, a Corte constitucional tem que se manifestar”, diz Velloso, antes de ressaltar que o sistema atual é auditável.

Na mira
Arthur Lira (PP-AL) será alvo preferencial dos atos nacionais contra Bolsonaro, marcados para amanhã. Internamente, a palavra de ordem que tem sido disseminada entre os organizadores é a de que o presidente da Câmara deve ser tratado como cúmplice do genocídio pandêmico e das ameaças golpistas.

Fermento
Lira aparecerá em faixas e cartazes. Ele é criticado por, entre outros motivos, não dar andamento a mais de 100 pedidos de impeachment. A contagem dos atos deu salto significativo ontem e já passou de 400 manifestações confirmadas.

Deixa
O governador João Doria (PSDB-SP) diz que não vai acompanhar Jair Bolsonaro e não vai ressuscitar a Secretaria do Trabalho, extinta por ele na mesma época, em 2019, que o Presidente deu fim ao Ministério do Trabalho – que Bolsonaro trará de volta.

...ele
“São Paulo não vai recriar a Secretaria do Trabalho. São Paulo cria trabalho e novos empregos para sua população”, diz o tucano ao Painel. Ricardo Patah, presidente da central sindical UGT, afirma que defenderá o retorno da secretaria do Trabalho em São Paulo. Ele tem o apoio de Miguel Torres, da Força Sindical.

Data
A Justiça Federal no Rio de Janeiro realiza na próxima quinta-feira o júri popular de dois milicianos acusados do assassinato do policial federal Ronaldo Heeren, em fevereiro de 2020.

Rede
Como mostrou o Painel, o crime fez Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, entrar na mira da Polícia Federal. A investigação descartou que o miliciano, morto pela Polícia Civil do Rio em junho, tenha participado do crime, mas concluiu que os dois assassinos integravam a milícia chefiada por ele.

Tchau
O vice-governador do Amazonas Carlos Almeida (PSDB) aproveitou uma viagem do governador Wilson Lima (PSC) para Brasília e tentou armar a demissão do secretário de Segurança Pública, Louismar Bonates.

Flagra
O pedido de exoneração de Bonates chegou a ser enviado para o Diário Oficial do estado, mas a manobra foi descoberta pela equipe do governador, que impediu a publicação oficial do ato.

Racha
Almeida e Lima estão rompidos desde que foram alvos de investigação da Polícia Federal por irregularidades em contratações durante a pandemia. Ao Painel, Almeida acusou Lima de ter levado ao estado a política de imunidade de rebanho defendida por Bolsonaro. O governador nega.

Tiroteio
“Não tenho identificado entusiasmo nem nos bolsonaristas. Dá a impressão de que Bolsonaro está apenas cumprindo tabela”

De Humberto Costa (PT-PE), senador, sobre a votação no Senado de André Mendonça, "terrivelmente evangélico", para o STF.