“Ser cercado por mulheres é aprender diariamente”, afirma ator Joaquim Lopes
Com a avó, Hilda, ele se apaixonou pela cozinha. Foi a mãe, Laura Helena, que o levou ao teatro. Agora é a noiva Marcella Fogaça, grávida de duas meninas, que traz a Joaquim Lopes seu novo caminho: ser pai. E como é ser cercado por elas!?
“Ser cercado por mulheres é aprender diariamente, é como deixar sentir o mundo pelo olhar feminino”, diz ele, na conversa com o AT2.
“É uma emoção única estar com essas mulheres, vê-las enxergar a vida de forma muitas vezes diferente do que nós, homens, achamos e entendemos que é. Aprendo muito com a sensibilidade e zelo delas. E sei que também são valores que transmitirei às minhas meninas”, completa.
Pronto para receber as filhas, Joaquim, 40 anos, tem vivido a gestação da futura esposa bem de perto, por conta da pandemia. Mas também acaba de estrear seu próprio programa de culinária, o “Receitas do Joaquim”, na internet. Nele, conta os segredos do bacalhau no forno da vovó Hilda, por exemplo, e de outras delícias.
E qual é o toque especial do chef Joaquim em seus pratos? Para ele, é estar 100% presente durante o preparo. “Naquele momento, é como se eu estivesse num lugar onde tudo flui melhor. Pensamentos, problemas, decisões. E fazer com vontade de fazer, sabe?”, salienta ele.
Seu prato favorito é o carpaccio de filé mignon, uma receita que confessa ter até um pouco de ciúmes. Mesmo assim, mostrou seu preparo na internet. “Praticar o desapego é sempre bom”, afirma, aos risos.
“Com um amor tão grande que nem o peito consegue segurar”
AT2 Agora você tem um programa para chamar de seu. Qual a sensação?
Joaquim Lopes É muito especial e gratificante. Primeiro, porque a gastronomia é uma paixão que me acompanha desde muito cedo, e poder explorar isso num programa é bacana. Dá uma sensação de satisfação e alegria quando conseguimos dividir, com o público, um pouco do que amamos fazer.
Você tem uma carreira consolidada na TV. Dá para escolher entre atuar e apresentar?
São duas paixões diferentes, artes que, embora até se complementem, também têm suas especificidades. Atuar é maravilhoso porque te dá a oportunidade de viver outras histórias, viver personagens marcantes, e isso gera bastante aproximação com o público.
Hoje, estou bem focado na minha carreira como apresentador, que é minha prioridade e algo que me traz imensa alegria. Desta vez, é ainda mais especial, porque consigo unir meu lado apresentador com a culinária, que é outra coisa que está na minha veia e que, sem dúvida, para mim é também uma expressão artística.
Já me contou que sua mãe o levou a fazer teatro. O contato com a gastronomia vem de sua avó. Como essas mulheres mudaram a sua vida?
Sim, veio da minha avó, que sempre foi uma mulher muito cuidadosa e que amava cozinhar e experimentar. Ela me apresentou esse mundo, seja através dos aromas e sabores e também das histórias e sentimentos que existem quando você vai compor um prato. Então, essas mulheres, na minha vida, são base e inspiração.
Você se lembra do primeiro prato que fez e como se sentiu?
Honestamente, não me lembro. Mas lembro o primeiro prato que me fez ver estrelas quando experimentei. Um carpaccio de um restaurante de São Paulo que, infelizmente, não existe mais.
Muita gente diz que a gastronomia é também uma arte. Concorda?
Sim, porque, ao prepararmos um prato, colocamos nossas emoções, e arte é pura emoção. Além disso, a estética é algo que instiga bastante, seja por cores ou formatos. Tudo isso é atributo artístico. Importante lembrar também que a gastronomia estimula diversos sentidos e apresenta histórias.
Em “Receitas do Joaquim”, há histórias por trás das receitas. Qual mais te emocionou até hoje?
O “Bacalhau no forno”, sem dúvida. Foi a última receita que fiz com minha avó Hilda. Uma receita unânime e sempre presente na minha casa.
Anos atrás, disse que seu pai conquista sua mãe todos os dias. Também é assim?
Acredito que a conquista é diária. Muitas vezes, é mais através das atitudes do que das palavras. Porque alguém que está presente, que estende a mão e que vai lá e faz, com certeza torna o convívio familiar melhor e saudável.
É disso que precisamos: das pessoas que vão se importar, demonstrar. Até mesmo porque as relações, sejam quais forem, são desafios cotidianos, mas a gentileza e a empatia tornam isso leve e duradouro.
Como está a ansiedade para receber as gêmeas?
Coração bate a mil por hora! É um momento marcante. Um dos mais importantes da minha vida. Estamos esperando com um amor tão grande que nem o peito consegue segurar.
Já dá para imaginar como você será como pai?
O ser humano, por si só, está sempre em processo de construção. E comigo não é diferente. Essa é minha primeira experiência como pai, então estou aprendendo muito. Mas, com certeza, serei o pai que dá atenção, que se importa em ouvi-las, que acredita no poder do diálogo para o desenvolvimento saudável de uma criança.
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