"Não precisa usar máscara no momento", diz coordenador-geral do Lacen

| 28/02/2020, 11:20 11:20 h | Atualizado em 28/02/2020, 11:30

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2019-05/372x236/rodrigo-rodrigues-coordenador-do-lacen-23383fd7538330dbc2076bc800dec68e/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2019-05%2Frodrigo-rodrigues-coordenador-do-lacen-23383fd7538330dbc2076bc800dec68e.jpg%3Fxid%3D110563&xid=110563 600w, Rodrigo Ribeiro Rodrigues, coordenador do laboratório
Assegurando que o Estado está preparado para enfrentar o coronavírus, o coordenador-geral do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen), Rodrigo Rodrigues, reforçou que não há motivo de pânico, tampouco a necessidade de as pessoas usarem máscaras no momento.

A Tribuna – O Estado está preparado para lidar com o coronavírus?

Rodrigo Rodrigues – Há cada cinco, seis anos, ocorre uma epidemia no mundo, um novo surto provocado por vírus. Esse é mais um. A população, claro, precisa estar alerta. Além da boa higiene, de lavar as mãos sempre, de evitar locais que sabe onde tem a doença e contato onde tem pessoas doentes, diminui não só a ocorrência de coronavírus como qualquer outra doença respiratória.

Mas, claro, o Estado está preparado. A gente vem trabalhando em um plano há bastante tempo. Foi o primeiro estado do Sudeste a traçar um plano de contingência. Mobilizamos hospitais, profissionais de saúde, está todo mundo alinhado.

O Laboratório Central do Estado tem toda a tecnologia e tem dado resposta em tempo hábil. O que precisamos é só o reagente final para detecção do coronavírus, mas já podemos descartar ou não, baseado no que temos aqui, a exemplo do que fizemos. Existia uma suspeita (em um aposentado) e mostramos que era uma gripe provocada por outro vírus: Influenza A, H3N1.

Sobre a realização do exame no Estado para detecção do coronavírus , o que falta?

Só precisamos de um reagente específico para esse novo coronavírus, que hoje está restrito à Fiocruz e aos laboratórios de referência do Ministério da Saúde: o Instituto Adolfo Lutz e Evandro Chagas, do Pará. Já existe uma negociação para que esses reagentes estejam disponíveis para outros Lacens e o nosso pode ser um dos primeiros a receber. Assim, o resultado será liberado no mesmo dia.

O fato de ser verão é favorável?

Nós não temos uma densidade demográfica semelhante à da China. Não somos tão aglomerados e não estamos no momento com o clima frio. Isso colabora para que possamos ter, talvez, aqui um número de casos muito menor ou até mesmo que não haja a replicação do que estamos observando na Europa e na própria China.

Em algumas farmácias já faltam máscaras. Por prevenção, o uso da máscara é indicado?

Você vai comprar uma máscara e usar o tempo inteiro? Não faz muito sentido. A máscara é muito mais para proteção das equipes que estão trabalhando, em contato com esses pacientes. E no caso de uma pessoa com sinais e sintomas, para que ela diminua a probabilidade de transmitir a alguém. Mas, no momento, não existe indicação de uso de máscara e não há necessidade de pânico.

Apesar de o número de casos (do coronavírus) estar elevado, a taxa de mortalidade é muito menor do que a de outros vírus. Não podemos esquecer que existem outras doenças virais que matam muito mais, como o sarampo e a dengue.

Há orientação para evitar países onde o vírus já chegou?

Se você me perguntar: devo ir para Wuhan, na China, vou dizer que não vá se não for extremamente necessário, pois lá é o epicentro da doença. Mas o bom senso é, se você não precisa ir para regiões onde existe uma alta incidência da doença, evite. Mas, se tem que ir, tome as medidas necessárias.

Hoje esse é o pensamento, mas isso pode mudar tendo em vista que essa é uma dinâmica que vai mudando há cada minuto.

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