Hoje, o mundo pode ser dividido em três categorias: as nações que já envelheceram, aquelas que estão envelhecendo rapidamente – como é o caso do Brasil – e as que ainda são relativamente jovens, mas logo envelhecerão.
Gerontólogo e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, Alexandre Kalache acredita que estamos vivendo mais por causa das intervenções humanas: programas de vacinação, principalmente na primeira infância; novos medicamentos, como os antibióticos; e tecnologias que permitem o diagnóstico precoce de doenças.
Para Kalache, é preciso acumular quatro capitais para envelhecer bem: o de saúde, o de conhecimento, o social e o financeiro. “Mas isso não basta. É preciso, também, ter propósito, saber qual legado vamos deixar, que diferença vamos fazer. Nunca é tarde demais para isso. Assim se constrói resiliência para uma vida muito longeva”.
Pediatra e neurologista infantil do Instituto NeuroSaber de Londrina, no Paraná, Clay Brites contou que estudos genéticos serão feitos nos casais para prever combinações de risco possíveis para ter um filho com problemas neurológicos, por exemplo.
“Viver em pleno conhecimento acerca de sua genética e minimizar os riscos do ambiente que façam reduzir sua longevidade são formas de chegar aos 100 anos com saúde e disposição”.
A prevenção é a palavra de ordem para quem quer figurar entre os centenários daqui a alguns anos. Hoje já existem exames de alta complexidade que detectam doenças em estágio embrionário, o que permite tratamento preciso e maior possibilidade de cura.
A estudante de Psicologia Luciene Costa, de 51 anos, mantém os exames em dia, tanto os de rotina quanto os mais complexos, como a tomossíntese mamária. Trata-se de um novo método já disponível no Estado para rastrear o câncer de mama.
“Gosto de descobrir novos alimentos e me informo sobre saúde. Pratico atividade física quase todos os dias, me alimento de forma saudável e não tomo remédios. Quero chegar aos 100 anos bem, sem nenhuma doença”.
Comida pode ser vilã da longevidade
A saúde plena passa pela prática de exercícios físicos, alimentação saudável e o controle do estresse. Biólogo e cientista com mais de 1,5 milhão de seguidores nas redes sociais, Tiago Rocha explicou que a comida pode se tornar a vilã da longevidade.
Tiago lembrou que nunca se falou tanto em saúde, mas em nenhum outro momento as pessoas adoeceram tanto como nos dias atuais. “Aumentamos a expectativa de vida, mas a qualidade ainda não”, ponderou. O especialista lembrou que alguns alimentos, como açúcar, sal e óleo de soja, precisam ser substituídos.
“Açúcar refinado pode ser substituído pelo demerara, sal branco pelo do Himalaia e óleo de cozinha pelo de coco. Essa substituição vai te ajudar a viver de forma justa e digna. Senão fizer isso, não chega nem aos 70 anos”, frisou.
Tiago Rocha frisou que não é só comer bem, mas evitar exageros. “Mastigue devagar, evite doces, coma pouco e não tome líquidos durante a refeição. Caminhe ao ar livre, tome sol, respire ar puro e beba muita água”, ensinou o cientista.
Ciências médicas
Fonte: eHealth Latin America
"É preciso conhecer a sua genética e reduzir os riscos que ameaçam
a sua longevidade”
Clay Brites, pediatra e neurologista