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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Quem sairá menor da crise provocada pelo coronavírus?

| 05/04/2020, 08:54 08:54 h | Atualizado em 05/04/2020, 08:57

Conhecido adágio popular diz que “mar calmo nunca fez bom marinheiro”. Tempos difíceis costumam provar se a têmpera de uma pessoa ou instituição é, de fato, prestável. Neste momento de crise provocada pelo coronavírus, já é possível afirmar: instituições e figuras públicas correm o risco de saírem menores do que entraram.

Não, este texto não trata de questões político-partidárias. Apoiadores ou opositores de presidente da República, governadores, prefeitos, deputados, senadores e vereadores podem, portanto, ficar tranquilos. Não se falará aqui de seus amores ou desamores, afinal, saber se essas figuras portaram-se bem ou não compete a cada eleitor. O voto é o melhor remédio. Contra os males da democracia, a cura é mais democracia!

O que interessa aqui são as figuras e instituições que não estão abertas ao voto popular, que não se submetem ao escrutínio direto do povo, sejam empresas privadas, sejam servidores públicos.

Vejamos no setor privado. Um empresário de famosa rede de varejo foi às redes sociais e comentou, de forma desastrosa, o isolamento social. Falou ao “empregado que está em casa, numa boa, curtindo um pouco o home office”. A própria empresa o afastou, tamanha a repercussão negativa. E um apresentador de TV, que também é empresário, falou de 15 mil mortos como se fossem apenas números.

Estamos diante, lógico, de colocações infelizes e muitas vezes até tiradas do contexto por quem deseja causar escândalo. O fato é que empresas, empresários, artistas e figuras públicas correm sério risco, nesta crise, devido àquilo que expressam.

No setor público, houve uma notícia na imprensa nacional a respeito de órgão do Poder Judiciário, em determinado estado, que iria regulamentar uma espécie de “adicional” remuneratório para magistrados e servidores, em razão da Covid-19. A repercussão negativa teria feito a medida ser recuada. Recentemente, Tribunal de Justiça num outro estado da federação teria fixado para um núcleo de produtividade remota (home office) a condição de “núcleo estratégico”, o que, ao menos em tese, poderia criar gratificação de 5% a 15%.

A categoria dos agentes públicos de toda espécie (servidores efetivos, comissionados, magistrados, Ministério Público, políticos eleitos, etc.) não teve nem mesmo um contingenciamento remuneratório, enquanto trabalhadores privados já sentem o peso da demissão.

Todos corremos o risco (sou servidor, e a carapuça da observação me cabe!) de sairmos menores desta crise.

Vimos posts eloquentes dizendo “estamos em home office”, partindo de servidores públicos com remuneração acima de R$ 20 mil. Enquanto empregados privados perdem empregos ou têm redução drástica de salários e empreendedores fecham empresas, um pequeno sacrifício público seria o mínimo de se esperar. Para enfrentar a Covid-19, o esforço diante da crise deve ser compartilhado. Vamos vendo aonde esse comportamento nos levará!

Luiz Henrique Antunes Alochio é advogado e doutor em Direito.

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