Primos na luta pelo voto conservador no Recife
Na única disputa de segundo turno com candidatos declaradamente de centro-esquerda, analistas e políticos se esforçam para entender a “virada” de Marília Arraes sobre João Campos.
O mais provável, claro, é que ela tenha capitalizado apoios de quem votou na direita no primeiro turno. O motivo? Por representar a “novidade” e ser menos rejeitada do que o candidato do PSB, partido que dá as cartas em Pernambuco há décadas. Por isso, Campos deverá insistir em lembrar que Marília é do PT: quer despertar o “antipetismo” nesses eleitores
Estratégia. O antipetismo, segundo aliados de Campos, é a esperança dele para virar votos de eleitores que no primeiro turno votaram em Mendonça Filho (DEM) e em Delegada Patrícia (Podemos) e que agora estão com Marília Arraes.
À direita. Mendonça e Patrícia, respectivamente, segundo e terceiro colocados, decidiram ficar neutros neste segundo turno, mas Marília recebeu apoio do Podemos, e do PTB, de Armando Monteiro. Campos terminou o primeiro turno em primeiro, mas agora está atrás da petista.
Risco. O PSB ainda tem muitas chances de vitória no Recife, mas já começa a sentir uma certa “fadiga de material”: está no comando do governo de Pernambucano desde 2006 e no da prefeitura desde 2008.
Na física. Experiente analista de pesquisas e de cenários arrisca: a “questão pessoal” favorece Marília até aqui, afinal, quase sempre eleição é sobre “pessoas”, e ela tem apresentado “performance” melhor do que a do primo, além de estar surfando na “onda feminina”.
Ajuda aí. Em reunião com parlamentares no MEC, Milton Ribeiro pediu uma ajudinha deles com recursos de emendas parlamentares. Há duas semanas, o Congresso aprovou uma medida do governo que retirou R$ 1,4 bi da Educação.
Olha só. Ribeiro, que é pastor, fez duras críticas à estrutura educacional do País. Segundo relatos, afirmou que há quem chegue na universidade sem saber fazer conta, mas que no ensino fundamental já sabe botar camisinha. Procurada, a pasta não respondeu.
CLICK. Para a senadora Leila Barros (PSB-DF), à direita, o Planalto teve bom senso ao reconduzir Marcia Abrahão à reitoria da UnB. Ela ficou em primeiro lugar na lista tríplice.
Reciclagem. A campanha de Bruno Covas reaproveitou slogan do segundo turno da eleição de 1998: “Quem compara vota Covas”. Na ocasião, Mario Covas (1930-2001), avô do candidato a prefeito, derrotou Paulo Maluf numa disputa memorável pelo governo.
Ironia. O PSDB ainda deve ao responsável pela criação do slogan vitorioso de 1998 e agora reciclado.
Proposta. Porta-voz do movimento “Vou de túnel”, Tércio Carvalho afirma não ser preciso esperar a privatização do Porto de Santos, prevista para 2022, para que o projeto da construção do túnel Santos-Guarujá saia do papel. Ele defende uma PPP já em 2021.
Não é bem assim. Carvalho afirma que a Dersa já tem a licença ambiental prévia emitida para a liberação do túnel. O governo de São Paulo preferia a construção de uma ponte por considerar o projeto mais viável.
Veja só. Para Carvalho, a ideia da ponte apresenta desvantagens: passaria por cima de locais de armazenamento de combustível e não seria acessível ao VLT, pedestres e bicicletas.
Pronto, falei!
"Negar o racismo é desconhecer a história brasileira, proteger o racista é não querer que a civilização avance. A política deve corrigir injustiças”
Moreira franco, ex-ministro e ex-governador do Rio