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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Precisamos aprender a valorizar os nossos cientistas

| 27/01/2021, 10:29 10:29 h | Atualizado em 27/01/2021, 10:32

Em entrevista concedida recentemente, o médico Carlos Ruz citou uma frase de Vital Brazil, médico, cientista, imunologista e pesquisador biomédico brasileiro merecidamente reconhecido no mundo inteiro por tudo o que fez pela humanidade. A frase era: “A única felicidade da vida está na consciência de ter realizado algo útil em benefício da comunidade”.

A frase, naturalmente, é particular e representativa à biografia de Vital, e Carlos a usou para ilustrar uma linha de raciocínio, sobre o quão caro nos custou não termos criado uma cultura de reverenciar, corretamente, todos os nossos grandes cientistas que viveram para salvar vidas, de modo que as pessoas pudessem entender, e de como nunca sentimos o custo tão profundamente como durante essa pandemia que nos assola até no momento em que tocamos a solução, no caso, a vacina.

A citação da frase de Vital Brazil na referida entrevista foi antes do desabafo da pneumologista e pesquisadora espírito-santense da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcolmo, num evento em que foi homenageada pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, na semana passada.

Mas é impossível fugir à necessidade de ligar a frase como foi cunhada com o episódio. Porque, num discurso emocionante sobre o impasse diplomático para que o Brasil produza vacinas cujas liberações por parte da Anvisa foram comemoradas, nossa ilustre conterrânea disse que não se reconhece como uma abnegada, embora a pessoa escrevendo essas linhas não veja como não reconhecê-la assim, já que ela dedica a vida à ciência que salva vidas, tal qual o gigante Vital Brazil.

Voltando ao contexto em que a frase de Vital Brazil foi citada por Carlos Ruz, lembramos de um episódio que envolve o início da prática da ciência com cepa acadêmica em nosso País, onde estava Vital, juntamente com Adolpho Lutz, Emílio Ribas e Oswaldo Cruz, outros cientistas dos quais devemos ter muito orgulho e reverenciar sempre.

Foi quando Vital criou uma cartilha para tentar ensinar as pessoas a se prevenir das picadas de cobra e se deparou com o fato de que o analfabetismo seria um empecilho para que ele desse esse passo no seu projeto, que conseguiria concretizar, de criar os primeiros soros antiofídicos do mundo.
Para superar o percalço, Vital criou uma escola que alfabetizava crianças ao dia e adultos à noite, uma das primeiras brasileiras, ali, no interior de São Paulo.

E falo do episódio dizendo que tem a ver com o contexto da citação da frase que vem do começo do texto. Por quê?

Porque a falta de reconhecimento aos nossos cientistas da qual Carlos Ruz faz referência como sendo consequência de deficiência educacional, ou seja, não termos uma cultura de ensinar nossas crianças, desde tenra idade, a importância de pessoas das quais falamos e outras em mesma situação, deveria ser alerta à constatação do famoso engenheiro do Rio Grande do Sul, de que investir em educação não é caro. Cara é a ignorância.

Afonso Hipólito é professor com licenciatura em Letras, bacharel em Direito e servidor público.
 

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