Portfólio
Ricardo Nunes tem mantido a cúpula de seu partido, o MDB, informada das sondagens que tem recebido do PSDB para mudar de sigla.
Os emedebistas dizem acreditar que o prefeito de SP não migrará e que seu mandato poderá servir de vitrine num estado em que ainda tem pouca força, com três vereadores e três deputados estaduais. Eles também dizem não ver flanco para crise como a que se instalou entre DEM e João Doria (PSDB) depois que Rodrigo Garcia virou tucano.
Vai esfriar
Os emedebistas entendem que as investidas partem do PSDB municipal, ligado ao grupo de Bruno Covas, influente na prefeitura e que teme perder espaço. Como a relação com Doria e Garcia é sólida hoje, as ofensivas sobre Nunes devem diminuir, dizem. O governador tenta se viabilizar presidencialmente para 2022 e precisa do MDB.
Estátua
A leitura dos envolvidos é a de que existe um equilíbrio no momento e que deverá ser mantido, já que Nunes sinaliza para a continuidade: o MDB tem o prefeito, o PSDB domina o primeiro escalão e o DEM, do presidente da Câmara, Milton Leite, tem secretarias e influencia em políticas de várias pastas.
Delicado
“Não se mexe em time que está ganhando. Às vezes você puxa um fio e desarranja tudo. É sensível”, diz Leite ao Painel. “O Ricardo não vai permitir e eu não concordaria. Não vejo necessidade de falar disso neste momento.”
Honrado
“É um privilégio para a gente receber esse convite. Se o PSDB está convidando é sinal de que reconhece a competência do Ricardo”, diz o deputado Jorge Caruso, secretário-geral do diretório paulista do MDB.
Igual
Leite diz que a base de apoio montada por ele na Câmara, com 25 vereadores, dará a Nunes o mesmo respaldo que recebia Covas. E debaterá e votará nas próximas semanas as pautas consideradas prioritárias pela prefeitura até o momento, como operações urbanas e Plano Diretor.
Moleza
“A agenda do Ricardo é a mesma do Bruno. Não muda nada. Ele não vai ter nenhuma dificuldade na Câmara”, afirma Leite.
TMJ
Michel Temer, do MDB, ligou ontem para Nunes para desejar sorte. O ex-presidente tem feito contato constante para mostrar que o agora prefeito não está sozinho e que o partido lhe dará suporte, dizem seus aliados.
Sem saber
O Fórum Nacional de Governadores encaminhou um ofício à CPI da Covid para questionar quais itens dos requerimentos de informação enviados pelos senadores devem ser atendidos. No documento assinado por 17 governadores foi anexado um parecer do Colégio Nacional de Procuradorias-Gerais que defende que os estados não estão obrigados a responder.
Como faz
A manifestação se dá depois de a consultoria do Senado classificar alguns pedidos de informação, entre eles um de Ciro Nogueira (PP-PI), como uma “verdadeira devassa” nos estados e municípios, como mostrou o Painel.
Fui
Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde conhecida como “capitã cloroquina”, pediu desfiliação do partido Novo há dois meses. Segundo membros do diretório cearense do partido, ela deixou a sigla por não concordar com os posicionamentos sobre pandemia e sobre o presidente Jair Bolsonaro.
Dia D
Defensora de remédios ineficazes para o tratamento da Covid-19, como cloroquina e ivermectina, ela vai depor à CPI da Covid na quinta-feira.
Questão
A bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) inquiriu, por ofício, Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, sobre uma campanha publicitária lançada para mostrar a segurança, transparência e auditabilidade da urna eletrônica.
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Ela pergunta quanto se gastou com a ação comercial e se abordará a possibilidade de registro impresso do voto.
0800
O TSE afirma que a peça foi elaborada por colaboradores da secretaria de comunicação, sem custo extra. A assessoria da corte diz que é falsa a informação que circula nas redes sociais de que foi produzida por uma empresa de publicidade, envolvida na Lava Jato, e que teria custado R$ 3 milhões. A campanha do TSE foi lançada por Barroso na sexta-feira.
Tiroteio
“Nesta Olimpíada poderíamos mandar o Presidente para concorrer. Categoria tiro no pé. Ganharia medalha de ouro.”
De Fausto Pinato (PP-SP), deputado federal, sobre os mais recentes ataques do presidente Jair Bolsonaro contra a China.