Por que não?
O retorno de Fred ao Fluminense era questão de tempo e disso não se tinha dúvidas – falamos, inclusive, em janeiro, neste espaço, quando tive a confirmação do interesse recíproco. E de que o acordo dependeria mais da paciência das partes do que de qualquer outro fator externo.
Exatamente como aconteceu: quatro meses depois e, em plena fase de isolamento, clube e ídolo retomaram o casamento.
É importante que se tenha cuidado ao julgar o desempenho de um artilheiro, ainda que ele tenha idade avançada para os padrões de competitividade.
Porque, na maioria das vezes, eles são a parte final de uma engrenagem bem ajustada. Salvo nos casos daqueles que reconfiguram seu jogo e saem da área para jogar nas costas dos volantes, servindo companheiros.
Já escrevi, e repito: dizer que o retorno do ídolo ao Fluminense é mau negócio porque ele tem 36 anos é ignorar o todo. E condenar sua utilidade tomando por base o desempenho no Cruzeiro numa edição do Brasileiro onde todo o time esteve abaixo da crítica me soa cruel .
Fred tem média de 20 gols por temporada no Cruzeiro, incluindo a passagem em 2004/05, no Atlético-MG e no próprio Fluminense. E no ano passado, mesmo naquele Cruzeiro que espelhava em campo sua bagunça administrativa, fez 21 gols em 54 jogos.
Não é rendimento que se despreze. Fred foi o sétimo maior artilheiro do País em 2019, o quarto entre os da Série A – ficou atrás de Gabriel Barbosa, Bruno Henrique e Gilberto.
Se bem utilizado, e amado como é, Fred pode ressurgir no pós-pandemia como a fênix do “next normal” tricolor...