Volta do Aquaviário não vai atrasar, diz Casagrande
Governador garantiu que projeto ligando Vitória, Vila Velha e Cariacica por via marítima começa a funcionar em 2022
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Entre várias obras de infraestrutura previstas para serem entregues no ano que vem, como o Portal do Príncipe e a Rodovia das Paneleiras, o governador Renato Casagrande garantiu ontem que o Aquaviário, ligando Vitória, Vila Velha e Cariacica por via marítima, também vai começar a funcionar em 2022.
Em entrevista exclusiva ao jornal A Tribuna, Casagrande também falou sobre concursos, eleições de 2022 e a insatisfação dos coronéis da Polícia Militar, além de investimentos na segurança pública.
A Tribuna - Quais são as obras que o governo vai finalizar no ano que vem?
São muitas obras. Em todos os municípios. Vamos concluir o Portal do Príncipe e a Rodovia das Paneleiras (antiga Reta do Aeroporto). No início do ano, vamos inaugurar a ampliação de uma faixa de cada lado nessa via.
Vai estar muito bem desenvolvida a obra de ampliação da Terceira Ponte, com a nova ciclovia, que vai ser inaugurada em março de 2023. Vai estar muito bem desenvolvido o Contorno de Jacaraípe. E vamos inaugurar todas as obras de macrodrenagem de Vila Velha e Cariacica para resolver boa parte dos alagamentos de Vila Velha.
Vamos fazer no ano que vem, somando o governo do Estado e a Cesan, R$3 bilhões de investimentos em infraestrutura.
O Aquaviário começa a operar no ano que vem? Não será um entrave o fato de a Prefeitura de Vitória estar barrando a execução da obra, cobrando um estudo?
Vamos colocar o Aquaviário para funcionar no ano que vem. O que a gente está pedindo é que a prefeitura possa analisar com rapidez para a gente não deixar Vitória fora do Aquaviário, que é um investimento muito simples. Não tem impacto para se exigir um estudo que demore um ano.
Compreendo e avalio que Vitória terá toda a capacidade de liberar a gente a poder fazer a base do Aquaviário no Centro e na Praça do Papa. São dois pontos importantes.
Mas já estamos começando, em Porto de Santana, Cariacica, e na Prainha de Vila Velha. Os dois municípios já liberaram a obra e demos ordem de serviço para a empresa, que já está trabalhando. Se Deus quiser, a volta do Aquaviário não vai atrasar e começará a funcionar em 2022.
O senhor acha que serão possíveis as festas de rua de Réveillon e Carnaval, diante do cenário atual da pandemia?
Quando temos um nevoeiro baixo como agora, onde a visibilidade é curta, vamos tratar das festas de Réveillon. Nossa recomendação é de que não haja grandes concentrações em ambientes sem controle de pessoas vacinadas.
Em praia, não tem como controlar quem entra. Então, estamos recomendando que os municípios não façam festas que signifiquem grandes concentrações de pessoas em áreas que não haja controle.
E, Carnaval, a gente decide em janeiro. Vamos ver como vai se comportar a nova variante, a Ômicron. Vamos ver se conseguimos migrar todas as regiões para risco muito baixo.
O Estado está próximo do fim da obrigatoriedade do uso de máscaras?
A hora que todo o Estado estiver no risco muito baixo e não tivermos nenhuma ameaça real de que a nova variante seja mais letal, poderemos começar a discutir o assunto. Mas, por enquanto, não.
Há previsão de lançamento dos editais dos concursos da PM e da Sedu?
No início do ano que vem, a gente lança o edital da Polícia Militar. Da Secretaria de Educação também não deve demorar muito. O que estamos fazendo agora no concurso da PM é selecionar a empresa que vai ser a gestora e que vai organizar. São 1.111 vagas.
O senhor já anunciou que vai haver um reajuste para os servidores no ano que vem. Já é possível estabelecer o percentual de aumento que será dado?
O reajuste será para todos os servidores. O último reajuste que nós demos foi de 3,5%, em 2019. Estamos definindo o próximo.
É uma reposição de parte das perdas inflacionárias. A gente nunca concede um reajuste recompondo toda a perda inflacionária porque o servidor, em seus planos de carreira, já tem um crescimento horizontal e vertical que já causa um efeito de crescimento de salário.
O senhor já definiu se será candidato à reeleição?
O que tenho de decisão é que vou liderar o projeto político no Estado. Um projeto político para executar tudo aquilo que precisa, é bom que seja um período de 8 anos. Com isso tem o tempo de consolidar obras, projetos e programas.
Por exemplo, eu tenho plena convicção que, se o trabalho que estamos fazendo tiver continuidade, na área de segurança pública, com mais cinco anos de trabalho, ficaremos entre os cinco estados menos violentos do Brasil.
Mas eu, sinceramente, não sei se disputarei algum cargo. Não sei porque nós estamos governando em um período muito complexo. Tem um nível de intolerância, de impaciência, de exigência muito forte. Então eu tenho que fazer uma avaliação. Pode ser que surjam outros nomes em condições de dar sequência a este projeto.
Eu vou começar a fazer algumas conversas a partir de janeiro, para poder fazer consultas a diversas lideranças partidárias e tomar uma decisão definitiva entre os meses de maio e junho.
Como o senhor reagiu à carta, enviada pelos coronéis ao secretário de Segurança, que fala muito de falta de diálogo, insatisfação e desmotivação?
Todos os policiais sabem que não tem nenhum governo nessas últimas décadas que fez tanto investimento em segurança pública como nós fizemos. Tanto é que vamos alcançar nestes três anos o menor número de homicídios da história do Estado.
E eles sabem que não falta diálogo com o governo. A carta não representa a realidade, não retrata o que nós conquistamos.
É lógico que os coronéis têm um pleito, que é legítimo da parte deles. Eles querem que o teto da remuneração deles não seja o teto do governador, mas tenho responsabilidade com as contas públicas.
O teto do governador é a maneira que tenho de controlar despesa com pessoal e de valorizar quem ganha menos. Isso é uma emenda e está na Constituição Federal.
Quais investimentos podemos esperar para o ano que vem na área de segurança?
O Cerco Inteligente de Segurança, que está em implantação. Teremos um conjunto de dados de veículos, de carga desviada, de carga ilegal, todos lançados no sistema. Isso vai ajudar a gente a controlar o Estado com relação a esses bens materiais. E também com um homicida em fuga que a gente saiba a placa do carro. Vamos ter o teleflagrante em praticamente todo o Estado. Hoje funciona em Guarapari e Aracruz e agora estamos levando para São Mateus, Linhares e Nova Venécia.
Vai chegar o microcomparador balístico para examinar projéteis de arma. E vamos continuar investindo na infraestrutura das delegacias e começar o Centro de Inteligência da Polícia Técnica, em Cariacica.
O Ministério Público fez uma operação para investigar integrantes do PCC aqui no Estado. Por muitos anos, foi negada a presença dessa quadrilha no Espírito Santo. Isso preocupa o governo. Como combater esse tipo de grupo criminoso?
Preocupa e estamos atentos. Até agora eles não conseguiram ter presença forte aqui no Estado. Tem conexão com outros grupos criminosos no Estado, mas até agora a gente conseguiu impedir a instalação de forma definitiva.
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