"Eu sabia dos riscos", diz jovem que fez protesto solitário na visita de Bolsonaro
A visita do presidente Jair Bolsonaro ao Espírito Santo também foi marcada por protestos e atos de apoiadores visando impedir as manifestações de acontecerem.
Ainda no aeroporto, uma manifestante solitária levou uma placa com a frase “Bem-Vindo, 500.000”, com cruzes desenhadas, em referência aos quase meio milhão de mortos pela Covid-19 no País.
Maria Clara Gama, 27 anos, que mora na Grande Vitória, é estudante de mestrado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Ela se manifestou de forma silenciosa, mas foi hostilizada pelos apoiadores do presidente, que utilizaram de palavras de baixo calão e chegaram a rasgar seu cartaz.
“Queria dar minhas boas-vindas lembrando a situação que a gente está vivendo. Mas não fiz nenhuma crítica explícita. Eu queria ser vista pelo presidente. Não estava lá para ser vista pelos apoiadores. Queria que o cartaz fosse visto por ele”, disse a estudante em entrevista ao jornal O Globo.
Um fotógrafo que estava no local interveio, para proteger a manifestante de uma possível agressão física.
“Não sofri nenhum ferimento, não fui agredida fisicamente. Mas já fui sabendo que isso poderia acontecer. Já sabia que eles iam chegar perto, ficar gritando perto de mim. Não falei nada, fiquei só com meu cartaz", contou.
Veja o vídeo:
Chegada de Bolsonaro a Vitória/ES foi marcada por tumultos. Jovem com placa em referência aos quase 500 mil mortos pela pandemia foi hostilizada (com palavras de baixo calão e teve a placa rasgada por apoiadores do presidente), além de ataques à imprensa. pic.twitter.com/VL0fbjZnK8
— Robson Maia (@robson_smj) June 11, 2021