Ciro acompanha PDT e anuncia apoio a Lula, mas com críticas e sem citá-lo

O pronunciamento de cerca de 3 minutos foi divulgado pouco depois de o partido formalizar o apoio a Lula

Danielle Brant e Julia Chaib, da Agência Folhapress | 04/10/2022, 16:51 16:51 h | Atualizado em 04/10/2022, 16:52

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/120000/372x236/inline_00125233_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F120000%2Finline_00125233_00.jpg%3Fxid%3D402702&xid=402702 600w, Ciro Gomes anunciou apoio a Lula
 

Quarto colocado nas eleições de 2022, Ciro Gomes anunciou nesta terça-feira (4) apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL), em decisão que acompanha a do PDT e que ocorreu após a campanha do petista endossar três propostas do pedetista.

O pronunciamento de cerca de 3 minutos foi divulgado pouco depois de o partido formalizar o apoio a Lula, após reunião da Executiva realizada de forma virtual e presencial, na sede do partido, em Brasília.

"Frente às circunstâncias, é a última saída", disse Ciro. Ele afirmou lamentar que a "trilha democrática tenha afunilado a tal ponto que resta aos brasileiros uma opção, a meu ver, insatisfatória."

Ciro, a seguir, criticou a "campanha violenta" da qual foi vítima, mas afirmou que não vai se ausentar da luta pelo Brasil. "Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram o nosso povo a essa situação grave e ameaçadora."

No vídeo, Ciro ressaltou que não pleiteia e não vai aceitar cargos em um "eventual futuro governo".

"A povo brasileiro me dirijo: fiquem certos que, como sempre fiz, vou fiscalizar, acompanhar e denunciar qualquer desvio do governo que assumirá em janeiro", disse.

Mais cedo, o presidente do PDT, Carlos Lupi, havia dito que Ciro concordava com a decisão do partido. "O Ciro não viajará, ficará aqui no Brasil e já declarou o apoio ao partido."

Como a Folha antecipou, o PDT decidiu apoiar o PT após Lupi conversar com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na segunda-feira (3) e sugerir a ela a incorporação de três propostas de Ciro: o programa que prevê zerar dívidas do SPC, o plano de renda mínima e um projeto de educação em tempo integral.

"Tomamos uma decisão unânime, sem um voto contrário, e eu repeti isso três vezes porque se tivesse voto contrário poderia registrar em ata, está gravado, a decisão de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula", afirmou Lupi nesta terça. O presidente do PDT deve ir a São Paulo ainda nesta terça para se reunir com Lula.

"Essa decisão é de apoio ao presidente Lula porque ele representa uma aproximação maior com nosso ideário. Não é o nosso ideário, não é o que a gente lutou para ser, mas é o mais próximo, e principalmente um não muito grande ao Bolsonaro e o que ele representa", ressaltou o presidente do PDT.

Após terminar o primeiro turno em quarto lugar, Ciro adiou por "algumas horas" o anúncio sobre seu posicionamento para o segundo turno.

"Nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação", disse ele na noite de domingo (2), após a divulgação do resultado do pleito.

"Por isso, peço a vocês mais algumas horas para conversar com meus amigos, conversar com meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho, o melhor equilíbrio para bem servir a nação brasileira", continuou o candidato, que teve cerca de 3,5 milhões de votos, ou 3% do total.

Ciro terminou a corrida com 3,04% dos votos, atrás de Simone Tebet (MDB), que teve 4,16%. Neste domingo (2), Lula recebeu 48,43% dos votos válidos e o atual chefe do Executivo, 43,20%.

Em uma situação inédita, Ciro terminou em terceiro lugar no Ceará, sua base política, e viu seu candidato ao governo, Roberto Cláudio (PDT), encerrar a disputa também na terceira colocação. O petista Elmano de Freitas foi eleito no primeiro turno com 51% dos votos.

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