Queda de avião em Guarapari: aeronave não tinha caixa-preta
As investigações das causas da queda do avião, em Guarapari, já foram iniciadas por técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), na manhã desta quinta-feira (20). O suboficial da Força Aérea Brasileira (FAB) e integrante do centro, coronel Jeferson Pessoa de Araújo, disse que o monomotor não tem caixa preta - instrumento que registra áudios e outros dados do voo.
A aeronave caiu pouco depois de decolar, no bairro Aeroporto. Na queda, atingiu parte de uma loja de material de construção. O copiloto Fabiano Luiz Gonçalves morreu carbonizado.
Já o piloto e dono da aeronave, o empresário Luciano Ferreira de Souza, chegou a ser socorrido em estado grave e foi levado com queimaduras para o Hospital Jayme Santos Neves, na Serra. No entanto, não resistiu aos ferimentos e morreu. A informação da morte foi confirmada nesta quinta.
Durante a manhã, os técnicos do Cenipa chegaram ao local do acidente para iniciar as investigações que vão apontar as possíveis causas da queda do avião, monomotor modelo Cherokee 180.
Os técnicos do Cenipa já recolheram o motor da aeronave e peças ligadas a ela para que sejam feitas análises.
Um equipamento que auxilia investigação de acidentes aéreos é a caixa-preta do avião. O suboficial da FAB destacou que a regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não exige esse instrumento para esse tipo de aeronave. Outro fator que complica a investigação, segundo ele, é a morte dos tripulantes do avião.
"Fica muito mais difícil com a morte do piloto. Quando você tem a declaração dele, você conhece todo o histórico e sabe exatamente tudo o que ele fez. Essa é uma aeronave que não tem registrador de voo, não tem gravador de voz e dado. Tudo isso dificulta. Quando há o falecimento do piloto fica mais difícil. É uma investigação complexa", reconheceu ele.
O coronel não estipulou prazo para a conclusão dos trabalhos. Após o acidente, o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Civil realizaram diferentes perícias, já na tarde de quarta, com o intuito de entender as causas da pane e do acidente. A previsão é que o laudo fique pronto em 30 dias.