Mais de 20 médicos caem no golpe do precatório e perdem até R$ 20 mil

Mais de 20 médicos da Grande Vitória já foram enganados no conhecido “Golpe do Precatório”. Os valores dos depósitos efetuados pelos profissionais aos criminosos variam de R$ 5 mil a 20 mil.

Os golpistas, segundo a Polícia Civil, se passam por funcionários do Sindicato dos Médicos do Estado do Espírito Santo (Simes) e entram em contato com a vítima, através de ligação telefônica.

Eles fazem contatos com médicos que aguardam, na Justiça, pagamento de precatórios referentes ao Plano Bresser, que foi lançado em 1987 pelo então ministro da Fazenda, Luiz Carlos Bresser Pereira, que congelou preços, aluguéis e salários.

O titular da Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa), Douglas Vieira, explicou que os golpistas estão informando sobre liberação de alvarás para pagamento de precatórios do processo do Plano Bresser, em que o sindicato representa a categoria.

Em seguida, os golpistas passam números de telefone pedindo que os médicos liguem e acertem as últimas providências para liberação do pagamento dos precatórios.

Depois, as vítimas são atendidas por outros golpistas, que se passam por advogados e informam ser necessário que os médicos arquem com as custas de cartório e os orientam a depositar valores.

Ao depositar o dinheiro, um outro criminoso de imediato já saca o valor.

Delegado Douglas Vieira disse que o golpe é praticado por uma organização que atua integrada em vários estados |  Foto: Leone Iglesias - 21/08/2020

“É uma organização criminosa que atua integrada com vários estados, a maioria de São Paulo e Sergipe. Logo quando a organização começou a atuar, há pouco mais de um ano, tivemos um caso de criminosos no Estado que aplicaram o golpe em um servidor de Sergipe que perdeu mais de R$ 300 mil. Mas para que a investigação caminhe precisamos das denúncias”, explicou o delegado.

O Simes esclareceu, por nota, que não está entrando em contato com médicos a respeito dos referidos precatórios, cujos processos ainda estão tramitando na Justiça, e informou não ser necessário pagar qualquer quantia para receber valores relacionados a processos judiciais. Além disso, acionou o departamento jurídico.

O sindicato orientou os profissionais que tiverem dúvidas a entrarem em contato pelos telefones (27) 2104-6060 e (27) 99291-0229.