Mãe e padrasto de criança agredida e morta por fazer xixi na cama vão a júri popular

| 04/03/2021, 15:47 15:47 h | Atualizado em 04/03/2021, 15:47

Acusados pela morte de Ana Lívia Lopes da Silva, de apenas 3 anos, a mãe e o padrasto da criança vão a júri popular, nesta quinta-feira (4), em Poços de Caldas, Minas Gerais. A menina morreu após ser agredida por ter feito xixi na cama. As informações são do G1.

O caso aconteceu em junho de 2018. A criança chegou a ser socorrida para um hospital da região, mas não resistiu. De acordo com a Polícia Militar, na época, o padrasto, de 27 anos, chegou a confessar que teria cometido as agressões. A mãe, de 19 anos, também foi foi levada para a delegacia acusada de omissão.

O julgamento, que está acontecendo em um centro de eventos por conta da pandemia da Covid-19, teve início na manhã desta quinta (4), mas não tem previsão para terminar. 

Ao G1, a promotora Luz Maria Ronamelli de Castro contou que o casal está sendo acusado de homicídio quadruplamente qualificado por: tortura e meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio e motivo fútil.

"O réu está sendo acusado pela ação, ele que efetivamente agrediu a criança. A mãe por omissão, porque ela tem o dever legar de cuidar e poderia ter socorrido a criança ou tentado impedir a agressão, que causou a morte. Eles não prestaram nenhum socorro para a criança", disse a promotora ao jornal.

Ainda segundo o G1, a defesa do padrasto está sendo feita por um defensor público enquanto um grupo de advogados é responsável pela mãe da menina. 

"A Defensoria Pública tem o papel de garantidora de direitos. Em momento algum ela vem exercer uma defesa da impunidade. A defesa vai ser feita com base naquilo que constam nos autos e vamos buscar os direitos que todos os cidadãos tem, um julgamento justo", afirmou o defensor Adhemar Della Torre Netto ao G1.

Já a advogada da ré, Karla Felisberto dos Reis, afirmou que o crime é bárbaro e de grande comoção, mas que os advogados estão ali para defender o direito. "Em nenhum momento a gente está aqui compactuando, concordando ou vindo buscar inocência e pregando a impunidade".

Relembre o caso

Ana Lívia Lopes da Silva, de 3 anos, morreu no dia 15 de junho de 2018, no hospital Santa Casa de Poços de Caldas. O homem, acusado de cometer a agressão, tem 27 anos e teria confessado às autoridades. De acordo com a polícia, na época, a mãe, de 19 anos, também foi levada à delegacia acusada de omissão.

Ao G1, a Polícia Militar afirmou, em 2018, que as agressões teriam começado no dia 14 porque a menina teria urinado na roupa e na cama. Depois disso, ela foi colocada de castigo e, quando saiu do local, foi agredida novamente, resultando em um sangramento no nariz.

Ainda na noite do dia 14, a criança teria sido vítima de agressão mais uma vez. Já no dia 15 ela começou a apresentar sinais de convulsão e, só aí, foi levada a um hospital por familiares, que moram perto do casal. 

Na época, foi relatado que Ana Lívia estava desacordada, respirando com dificuldade, inchaço e sinais de agressão pelo corpo. Por conta da gravidade dos ferimentos, ela foi transferida para a Santa Casa, onde morreu.

O homem foi preso em casa. No dia 20 de julho de 2018, ele a mãe da menina foram transferidos para um presídio no Centro-Oeste do estado mineiro.

De acordo com o G1, os dois já tinham sido denunciados por maus-tratos por funcionários da creche onde Ana Lívia estudava, no dia 22 de maio de 2018.

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