Flordelis tentou convencer filhos a não denunciá-la como mandante, diz polícia
Inicialmente detidos na carceragem da Delegacia de Homicídios de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, eles foram conduzidos na noite de segunda-feira (24) para o presídio de Benfica (zona norte do Rio), onde passaram por triagem.
Segundo a Polícia Civil, os filhos da deputada (Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco Silva e Adriano dos Santos) e a neta Rayane dos Santos Oliveira se negaram a prestar depoimento sobre a morte do pastor, ocorrida em junho de 2019. A filha Simone precisou de atendimento médico, e outros pediram calmantes.
Flordelis, que é pastora e acusada de ser mandante do crime, não foi presa por ter imunidade parlamentar. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na segunda-feira que a Casa vai analisar e decidir quais providências tomar em relação ao caso dela.
Segundo a polícia, além de planejar a morte do marido, Flordelis tentou convencer os filhos a não incriminá-la, nos depoimentos. A deputada teria passado a prometer vantagens financeiras aos filhos. Alexander Felipe, conhecido como Luan, contou em depoimento uma semana após a morte do pastor que Flordelis havia prometido uma viagem aos Estados Unidos caso ele desistisse de depor contra ela.
Segundo o filho, a deputada sempre havia sido contrária à viagem dele, mas depois do crime disse que estava sem dinheiro, mas que usaria um cartão de crédito para comprar as passagens dele, da mulher e do filho, desde que eles viajassem o mais rápido possível, sem prestar depoimento à polícia.
Para Lucas Cezar dos Santos, que está preso, a deputada federal prometeu regalias na cadeia, caso ele confessasse ter matado o pastor Anderson por vontade própria, sem interferência dela. Lucas é filho do casal e está preso acusado de comprar a arma usada no crime. FlordeliS apresentou à polícia uma carta em que Lucas assumia a autoria do crime. Mas o rapaz disse que apenas copiou um texto enviado pela mãe, para confessar a morte do pastor e envolver outros dois irmãos.
A carta chegou ao presídio onde Lucas estava preso por meio de Andreia Santos Maia, também presa na operação de segunda-feira. Segundo a polícia, Andreia sabia que a carta era falsa e seria usada no inquérito policial, e recebeu R$ 2 mil para prestar esse serviço, por meio do marido, o ex-PM Marcos Siqueira, que dividia a cela com Lucas.