Pediu pra parar, parou

Uma tentativa de repactuação do acordo de leniência firmado entre a J&F, controladora do frigorífico JBS, e o Ministério Público Federal acabou suspensa após ser alvo de questionamentos de deputados que integraram a CPI do BNDES e pelo próprio procurador-geral, Augusto Aras.

Avisados sobre termos que supostamente estavam sendo negociados, deputados foram ao procurador-geral reclamar, dizendo que tinham informações de que o novo contrato seria excessivamente bom para a empresa.

No bolso
Chegou às mãos de parlamentares um documento timbrado do Ministério Público que seria um rascunho da revisão do acordo. Pelo texto, o plano era aumentar o pagamento de indenização e penalidades, pela empresa, em R$ 4 bilhões – a J&F já aceitou ressarcir R$ 10,3 bilhões. Deputados argumentam que o valor é baixo, já que o processo da Operação Bullish cobra valor maior: R$ 24 bilhões.

Não tá comigo
As partes envolvidas, Ministério Público, e empresa, não reconhecem a autenticidade do papel. A defesa da J&F admite, porém, que vem tentando fechar pontos abertos na leniência – a divisão do pagamento entre os órgãos públicos é alvo de divergência entre procuradores.

Síndico
Uma das líderes do grupo, a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) diz ter levado a Jair Bolsonaro, ontem, a queixa de que a empresa estuda tirar a sede do País sem pagar o que deve. Segundo ela, o Presidente concordou com a crítica. “Ele disse que não vai aceitar impunidade”, disse ao Painel.

Fala grosso
Reunidos em Foz do Iguaçu (PR), hoje, governadores do Sul e Sudeste querem que Sergio Moro (Justiça), convidado por Ratinho Jr. (PSD-PR), faça pronunciamento mais firme contra os policiais amotinados no Ceará.

Fala grosso II
A avaliação do grupo, como já expressou João Doria (PSDB-SP), é de que a reação do ex-juiz federal foi leve demais diante do risco da explosão de novos motins em outros estados e do perigo da expansão das milícias. Mesmo criticado, porém, Moro não deve mudar o tom.

Fica aí
Apesar do pedido feito pelo deputado Capitão Wagner (Pros-CE), o Ministério da Justiça não trabalha, por ora, com a possibilidade de levar à Polícia Federal a investigação dos tiros disparados contra o senador licenciado Cid Gomes, em Sobral (CE).

Experiência
No encontro de ontem, na Espanha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ouviu discurso do presidente da La Liga, Javier Tebas, sobre a importância de incluir na legislação as negociações de direitos de TV de campeonatos de futebol. No Brasil, atualmente, cada clube negocia da maneira como quer com as emissoras.

Valeu pela dica
O tema tomou conta de quase toda a reunião, mas não convenceu o parlamentar. Ao Painel, Maia disse que não vai topar incluir o tema nas discussões do projeto de lei em andamento, que trata de alterações na estrutura de times.

Ops
Segundo relatos de participantes, o presidente da Câmara chegou cerca de 20 minutos atrasado ao evento. Convidados disseram ter pensado que ele poderia cancelar sua ida, por causa da crise entre o Legislativo e o presidente Jair Bolsonaro.

Causa
Mais da metade (54%) dos pedidos de limpeza de córregos feitos ao Portal 156 não tinham sido atendidos pela Prefeitura de São Paulo até a véspera do temporal que provocou alagamentos e destruição na capital paulista, no dia 10 de fevereiro. Ainda aguardavam a realização do serviço 236 das 436 solicitações encaminhadas à administração municipal.

Consequência
A gestão Bruno Covas (PSDB) ainda deixou de atender, até um dia antes das enchentes, um em cada quatro (23%) pedidos de limpeza de bueiros. Aguardavam atendimento 560 das 2.431 reclamações encaminhadas também pelo Portal 156.

Era pior
Apesar da fila neste ano, o atendimento melhorou se comparado a 2019. No mesmo período, 84% dos pedidos de limpeza de córregos e 41% das solicitações de limpeza de bueiros aguardavam resposta. A Prefeitura de São Paulo não se manifestou até o fechamento da edição.

Tiroteio
“Temos liberdade de imprensa consagrada. O ataque é pessoal e também contra a mulher em geral”
Da especialista em crimes contra a honra e a imprensa Marcela Moreira Lopes, sobre as ofensas contra a jornalista Vera Magalhães.