Paralimpíadas: Capixaba crava nome na história
Integrante do quarteto brasileiro no revezamento misto 4x50m livre até 20 pontos, a capixaba Patrícia Pereira dos Santos (S4), de 45 anos, se emocionou com a medalha de bronze na prova disputada na manhã de quinta-feira (horário de Brasília).
Além de conquistar sua segunda medalha em Paralimpíadas – a primeira foi na Rio/2016 –, a emoção tem como um dos motivos poder contribuir com os últimos capítulos da história de Daniel Dias (S5) na competição.
O nadador deve se despedir das piscinas após a edição dos Jogos de Tóquio, e com a conquista de quinta-feira, agora, soma 27 medalhas em Paralimpíadas, um recorde entre os paratletas.
Após subir ao pódio e colocar no peito a medalha de bronze, Patrícia fez uma chamada de vídeo com o amigo e também nadador paralímpico Waldir Alvarenga Júnior, o Tiozinho. Ele conquistou para o Estado a primeira medalha dessa edição dos Jogos.
A capixaba foi a responsável por abrir o revezamento. “É uma responsabilidade muito grande, porque, se ela queima a prova, estraga um trabalho de 4 anos e fica marcado na vida do atleta”, explica Tiozinho.
Além de participar da história de conquistas de Daniel, a medalha ainda simboliza para Patrícia uma volta por cima.
Ela viu o sonho de Tóquio ameaçado por conta de um resultado positivo em um exame antidoping, no Parapan de Lima, em 2019, quando ela já havia conquistado duas medalhas.
No ano seguinte, a capixaba conseguiu provar que o doping foi involuntário e teve uma suspensão de um ano, que se encerrou em agosto de 2020, o que permitiu a ela continuar o sonho japonês.
Por conta da pandemia, a nadadora que treinava no Clube Álvares Cabral, em Vitória, se mudou para Indaiatuba, interior de São Paulo, onde passou a integrar a equipe Naurú.
Prova
A emoção pelo bronze não foi só fora da piscina. O pódio foi conquistado pelos brasileiros em uma chegada de tirar o fôlego.
O quarteto brasileiro formado ainda por Joana Neves (S5) e Talisson Glock (S6) – o revezamento se chama 20 pontos por compreender a somatória das classes dos nadadores – conquistou o bronze por 0s07 de vantagem sobre a Ucrânia, que terminou em quarto.
A equipe brasileira terminou a prova com o tempo de 2min24s82, ficando atrás da China, que conquistou o ouro e determinou o novo recorde mundial com 2min15s49, e da Itália, que levou a prata ao marcar 2min21s45.
Patrícia ainda compete nas provas 50m peito (31 de agosto) e 50m livre (2 de setembro).
Ronaldinho faz homenagem por medalha dos nadadores
Foi também pela rede social que o amigo e nadador paratleta, Waldir Alvarenga Júnior, o Tiozinho, conheceu a medalha.
“Ela me ligou, fui a primeira pessoa que ela ligou. Foi uma chamada de video. Ela tirou foto da medalha de bronze, me agradeceu, porque estar ao lado dela, sempre motivando”, disse.
Essa foi a segunda medalha em Paralimpíadas conquistada por Patrícia. A primeira foi uma prata nos Jogos Rio/2016 também no revezamento misto 4x50m livre.
Quem estava lá naquela oportunidade e vibrou com o feito foi o paratleta do trialto Marcos Vinicius Barcellos da Silva. Durante anos ele e Patrícia foram companheiros de equipe de natação no Clube Álvares Cabral.
Desta vez, Marcos Vinicius acompanhou pela televisão, mas também vibrou com a conquista da amiga. “Acompanhei os desafios, as lutas que ela teve que encarar para chegar onde chegou. Fico muito feliz e muito orgulhoso dela”.
Capixaba em ação na pista
O velocista Daniel Mendes disputa a eliminatória dos 400 metros rasos, na classe T11, em prova prevista para às 23h52, desta sexta-feira (27) - horário de Brasília.
Passando pela classificatória, a final da prova será disputada às 7h35, deste sábado (28), no horário de Brasília.