Paixão e orgulho
Dois jogos num só, no Fla-Flu da semifinal da Taça Guanabara na noite chuvosa da quarta-feira, no Maracanã. O Flamengo venceu o primeiro tempo por 2 a 0, com gols em oito minutos, e um repertório de endoidecer as arquibancadas. E o Fluminense venceu o segundo por 2 a 1, de virada, com dois gols num intervalo de dez minutos, e um ímpeto de orgulhar sua torcida.
No computo geral, vitória rubro-negra por 3 a 2, com passagem à final do turno do Carioca contra Boavista ou Volta Redonda, que decidem neste final de semana quem será o “sparring” de Jorge Jesus.
Classificação esperada, por tudo o que já se sabe a respeito do elenco dirigido pelo técnico português, mas temperada com encantamento e emoção.
O time que se apronta para a final da Supercopa do Brasil, no domingo, fez, em sua terceira partida na temporada, uma hora de jogo intenso e arrebatador. Marcação forte no campo adversário, geração de volume pelos dois lados, infiltrações em triangulações, e troca de posições constantes.
Futebol de almanaque, com destaque para o lateral Filipe Luís, que desempenhou papel estratégico como mais um homem de ataque.
Enquanto teve pernas e disposição, o Flamengo ditou o ritmo e impediu que a aplicada equipe de Odair Hellmann se organizasse ofensivamente. A partir dos 15 minutos, já com 3 a 0 no placar, e a presença do peruano Fernando Pacheco no lugar do inoperante Wellington Silva, o jogo mudou.
O Fluminense fez um gol, percebeu a queda de rendimento do adversário e dominou as ações — chegou ao 2 a 3 e esteve bem perto do empate. Um duelo, afinal, que ofereceu condições de aferir o estágio em que os times se encontram em seus respectivos planos de voo para 2020.
Os rubro-negros em evolução para o atingimento das metas com plasticidade técnica e eficiência tática. E os tricolores já seguros de que há potencial o bastante para a renovação de suas expectativas quanto às pretensões ao longo do ano.
Um Fla-Flu, portanto, que deixaria o tricolor Nélson Rodrigues e o rubro-negro Mário Filho orgulhosos de suas paixões.
Sufoco
O Vasco errou 15 finalizações contra o Altos/PI e correu riscos de ser eliminado da Copa do Brasil logo na primeira fase. O 1 a 1, com mais um gol de Cano, o quarto em seis jogos, fora obtido sob estresse e tensão desnecessárias.
O time de Abel Braga tem mais qualidade, mas sente o peso da imaturidade de seus principais meias e atacantes. Vai sofrer à espera do desabrochar.