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Cidades

Pais mais presentes e participativos


A presença e a participação paterna são direitos que deveriam ser garantidos a todas as crianças, o que nem sempre é uma realidade. Entretanto, uma nova geração de pais tem compreendido a importância de seu papel e, por isso, se faz mais presente e participa ativamente da criação dos pequenos.

Se por um lado, muitos ainda se eximem das suas obrigações e negligenciam os filhos, por outro, há aqueles que abraçaram suas responsabilidades e as exercem com satisfação.

São homens que fazem questão de provar o amor aos filhos, participam ativamente da educação dos pequenos e cumprem funções que, antes, eram atribuídas socialmente às mães, como os cuidados domésticos com os filhos.

Imagem ilustrativa da imagem Pais mais presentes e participativos
Thiago Piccolo é o principal responsável por ajudar nas tarefas escolares e nos cuidados domésticos da Giulia, Giovanna e do Luigi. |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Pai de três, o empresário Thiago Piccolo é o principal responsável pela criação e educação da Giulia, de 9 anos, da Giovanna, 7, e do Luigi, 3. Ele leva e busca da escola, faz comida, auxilia em exercícios escolares, põe para dormir e brinca.

“Sou completamente apaixonado por ser pai, e sou muito feliz em poder dedicar meu tempo às crianças. Vez ou outra, fico cansado e até estressado, mas é uma experiência extremamente prazerosa”.

Segundo especialistas, crianças que crescem com pais mais participativos, geralmente, têm um desenvolvimento psicológico mais saudável, mais segurança e confiança para enfrentar obstáculos.

A psicanalista Suelen Alencar explica que o desenvolvimento emocional e o de personalidade de um indivíduo são reflexo do pai e da mãe.

Os filhos se espelham nos pais, seja para seguir seus exemplos ou para evitar repeti-los. Suelen destaca que, mesmo distante fisicamente, é possível cumprir seu papel, interagindo remotamente.

Imagem ilustrativa da imagem Pais mais presentes e participativos
O comerciário Frederico Caser, pai de Lucas, 22, e Mariana, 12, diz ter aprendido muito com os filhos. |  Foto: Beto Morais/AT

Em meio à pandemia, é dessa forma que a comemoração deste Dia dos Pais deve acontecer, caso pai e filhos não morem juntos.

Apesar de o Estado viver uma estabilização nos números relativos à Covid-19, a médica Anne Kiister, do Instituto de Radioterapia Vitória, orienta a evitar visitas nesta data, para não propagar o vírus.

“O melhor é telefonar ou utilizar a videochamada, enviar um presente ou uma mensagem carinhosa. A quarentena ainda não terminou. Se deslocar pode ser arriscado devido ao risco de contaminação”, alertou.

Lições aprendidas com os filhos

A descoberta da paternidade proporciona ao homem a vivência de novas emoções e sinaliza o início uma nova fase de aprendizado. Assim como as mulheres quando se tornam mães, eles se transformam com a chegada dos filhos.

A vivência com os pequenos e a postura ativa de pai motiva muitos a quererem se tornar suas melhores versões e, frequentemente, as lições de vida são ensinadas por aqueles que, na teoria, deveriam ser quem aprendem com os progenitores.

O funcionário público Rodrigo Ferreira Sant’Ana, de 40 anos, sentiu a mudança logo que recebeu a notícia de que seria pai.

“Determinadas emoções ficaram aguçadas e me percebi mais sensível. A partir do momento em que descobri que seria pai, passei a ter muita dificuldade em ver mulher grávida em situação de rua ou assistir filmes com sofrimento de crianças. Comecei a sentir a dor dos outros quanto a filhos”, recorda.

Há oito anos cumprindo a função de pai e acompanhando de perto o desenvolvimento dos filhos, ele lista aprendizados que recebeu dos filhos.

Imagem ilustrativa da imagem Pais mais presentes e participativos
Rodrigo Sant’Ana diz ter recebido muitos aprendizados com os filhos Pedro, de 8 anos, e Alice, de 6 anos. |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Mesmo ainda novos, os filhos Pedro, de 8 anos, e Alice, de 6, são o maior exemplo para a vida de Rodrigo. Cada um, com suas particularidades, proporciona diferentes ensinamentos.

Pedro foi diagnosticado com autismo aos 2 anos de idade e toda a família amadureceu a partir dos cuidados e da relação com o menino.

Rodrigo conta que admira a capacidade de superação de obstáculos de Pedro e a habilidade de interação social e de cuidado de Alice.

“Minha esposa e eu temos metas diferentes e enxergamos o mundo de outra maneira. Eu percebi que os nossos desafios eram muitos diferentes dos outros pais; nossas alegrias são diferentes. O Pedro me faz entender que não tem obstáculo na vida que eu não consiga ultrapassar”, comenta.

Já com a caçula, a maturidade e a compreensão ao lidar com as adversidades surpreendem. “A Alice é exemplo de generosidade. É impressionante que ela, com 3 ou 4 anos já percebia a complexidade do irmão”, lembra.

“Me marcou muito um dia em que o Pedro, com 5 anos, teve uma crise e eu e a mãe fomos acalmá-lo no quarto. Eu disse para minha esposa ficar com a Alice, que estava na sala, e a Alice disse para a mãe que ela estava bem, que a mãe poderia ir ficar com o irmão”, recorda Rodrigo, emocionado.

Análise: “Amadurecimento e crescimento pessoal”

“O modelo de pai que tínhamos como referência em gerações atrás mudou. Sobre a figura de autoridade do pai que não estava aberta ao diálogo, observamos que tem sido paulatinamente decalcado um contorno que torna mais próximos pai e filhos.

Tornar-se pai exige amor para poder se doar a um ser que depende totalmente dos cuidados que lhe prestam para ser um sujeito no mundo.

Exige também aprendizado, uma vez que não se nasce sabendo como se colocar e responder às diferentes demandas da paternidade.

Esquivar-se ou ausentar-se das responsabilidades é privar a criança de momentos prazerosos com seu pai e, também, de uma marcação psíquica necessária de vinculação constitutiva do sujeito e de seus afetos.

Para muitos homens, a paternidade é representada como um momento de amadurecimento e crescimento pessoal. Portanto, engajar-se pode ser algo bem prazeroso. Felicidade aos pais!”

Daiana Stursa, coordenadora do curso de Psicologia da Unesc

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