O Vasco arde...
Doze grandes clubes do futebol brasileiro (onze da Série A e um da B) têm eleição presidencial marcada para este final de ano. Mas o Vasco surge, de novo, como um dos cenários mais complexos para este exercício democrático — propício a manobras de bastidores, judicialização do processo de escolha e bate-boca durante e ao final da apuração dos votos.
O pleito, antes previsto para este sábado (amanhã), foi adiado no início da semana. E, ontem, vejam vocês, o presidente da Assembléia Geral, Faués Cherene Jassus, mais conhecido como Mussa, responsável pela convocação dos sócios, e que já havia ido à Justiça em busca de amparo legal para a realização no dia 14, já não garantia mais a votação na próxima semana.
É ou não é um escárnio? Ora bolas, se o estatuto do clube determina que a eleição do presidente e de mais 150 novos conselheiros deve ser realizada até o final da primeira quinzena de novembro, tem cabimento ainda não ter uma data para a votação?
Tem cabimento, a esta altura do processo, discutir se há segurança tecnológica para uma votação “online”?
Mas, acreditem, o pior ainda está por vir. Esta semana, o homem que deveria cuidar do processo democrático, recorreu à Justiça na calada da noite para deliberar sobre algo que estava sendo discutido democraticamente pelos candidatos.
Reunião, aliás, cuja ausência ele justificou, alegando problemas de saúde. Uma a senha para novas suspeitas e trocas de acusações veladas.
Invasão
Inconformados com a postura autoritária do presidente da Assembleia Geral, sócios e torcedores vascaínos invadiram as redes sociais do candidato Júlio Brant para protestar contra o que chamam de golpe orquestrado.
Logo Brant, que passou os últimos três anos lamentando pelos corredores do clube e do Fórum do Rio de Janeiro de que fora vítima de um golpe político.
Explica-se: é o que o candidato registra em sua chapa os nomes de quatro parentes do vetusto que deve primar pela isenção e bom senso.
Resultado: seus “ex-correligionários” se somaram a simpatizantes de outras correntes para acusá-lo de estar por trás das manobras judiciais – ataques aos quais o candidato reagiu fechando os comentários em suas redes.
Ou seja: o Vasco arderá nos próximos dias. E, parafraseando Ésquilo, dramaturgo da Grécia antiga, só me resta lembrar que “na guerra, a primeira vítima é a verdade”. Estejam atentos...