O que vem por aí
No final de outubro, mais precisamente na coluna do dia 27 (domingo), contei neste espaço que o sucesso do Flamengo do português Jorge Jesus estava sendo dissecado nos bastidores rivais.
E que alguns pontos seriam discutidos na elaboração do planejamento para as próximas temporadas.
Dentre eles, o fim da comissão técnica permanente, tida como foco de desarmonia para a implementação de trabalhos mais rígidos; a valorização da estrutura de pós-jogo, permitindo a recuperação física dos jogadores na primeira noite após as partidas; o redimensionamento da importância da fisiologia na elaboração da carga de treinos; e a revisão dos critérios para a montagem dos times, com foco na necessidade da estrutura tática.
Novos tempos
Pois os primeiros sinais dos novos tempos começam a ser evidenciados com o vazamento das exigências que Jorge Sampaoli teria feito à diretoria do Santos para renovar seu contrato.
Entre elas, a garantia de que o clube investiria em voos fretados para os jogos do Brasileiro e torneios da Conmebol. O retorno à montagem da comissão fidelizada ao trabalho do técnico é outro ponto sendo observado pelos clubes, principalmente os que almejam brigar na ponta da tabela.
O mesmo Sampaoli, por exemplo, não abre mão dos quatro profissionais que o acompanham. Exemplo que deverá ser seguido pelo Internacional na contratação do argentino Eduardo Coudet, que deixou o Racing, recentemente.
Calendário
O ano será dos mais difíceis, com oito datas reservadas para as eliminatórias da Copa do Mundo em março, agosto, setembro, outubro e novembro — fora a Copa América na Argentina/Colômbia entre 12 de junho e 12 de julho.
Por isso, a discussão se dá também em torno da aquisição de reforços. Apostem: a mira estará voltada para contratações pontuais, com investimento em dois ou três jogadores, no máximo, que cheguem para serem titulares nas equipes.
E, neste ponto, é lógico que me refiro aos mais bem estruturados. Clubes como Palmeiras, Grêmio, São Paulo, Atlético/MG, Athletico e Internacional, que tentarão fazer frente à política agressiva do Flamengo apostando em times mais competitivos e menos dispendiosos.
Sócio-torcedor
Aos cariocas Botafogo, Fluminense e Vasco não restará outra saída se não a aposta no projeto de “sócio-torcedor” — solução, aliás, que os vascaínos já enxergaram. Ainda que os alvinegros sonhem com a captação de dinheiro através de investidores, o engajamento dos torcedores na economia dessas instituições é algo hoje coinsiderado inevitável.