O paciente aidético

Caracterizada por um conjunto de sinais e de sintomas, a Aids é causada por um grupo de vírus, denominado HIV, que invade células responsáveis pela defesa do organismo.

Esses agentes se multiplicam dentro dessas estruturas, comprometendo o funcionamento do sistema imunológico, impedindo-o de executar sua tarefa adequadamente, que é a de protegê-lo contra as agressões externas, como bactérias, vírus, fungos e células cancerígenas.

Com os progressivos danos do sistema imunológico, o corpo se torna cada vez mais suscetível a determinadas infecções e tumores, conhecidas como doenças oportunistas, que acabam por levar o paciente à morte.

No início, a doença manifesta-se como um quadro gripal, podendo estar acompanhada da presença de manchas vermelhas e gânglios linfáticos em diferentes locais do corpo. Com o aumento da viremia, surgem suores noturnos, febre, calafrios, fadiga, emagrecimento, candidíase e diarreia.

O HIV é uma infecção sexualmente transmissível, podendo também ser contraída pelo contato com o sangue infectado e de forma vertical, ou seja, a mulher que é portadora do vírus o transmite para o filho, durante a gravidez, parto ou amamentação.

Quanto à origem da patologia, acredita-se que um vírus similar ao HIV ocorreu pela primeira vez em algumas populações de macacos africanos, que eram caçados para servirem de alimento.

O contato com o sangue do animal infectado durante o abate ou no processo de cozinhá-lo pode ter permitido ao vírus entrar em contato com o ser humano e se tornar o conhecido HIV.

Essa oportunista e traiçoeira enfermidade entra no ser humano de maneira tão silenciosa quanto o suspiro de um câncer. Sorrateiro, o vírus se esconde no interior das células e escraviza-as, assim como certas pessoas fazem com nossos sentimentos.

Chega uma hora em que o doente não tem força para lutar nem ao menos contra um prosaico resfriado, de tão profundo que foi o dano causado pelo agressor.

Antigamente, receber a notícia de uma infecção por HIV era como assinar uma sentença de morte. Hoje, apesar de ainda não existir a cura para a infecção, esse quadro mudou.

Atualmente, existem medicamentos antirretrovirais, capazes de manter a vida dos soropositivos.

O desenvolvimento e a evolução dos fármacos para tratar o HIV transformaram o que antes era uma infecção quase sempre letal em uma condição crônica controlável.

Contudo, é bom lembrar que a proteção é crucial. Use camisinha, porque se não usá-la, você pode acabar se afastando da vida, hospedando inúmeras comorbidades que o conduzirão à morte.

Por outro lado, não se deve entrar em pânico, começando a ver riscos de contaminação até numa galinha ao molho pardo, o que, naturalmente, é ridículo, a não ser que a galinha esteja com Aids. Às vezes, a pior doença é o próprio doente.